Por trás das ambulâncias R$ 15 mil mais caras, outro grande negócio com prejuízo para o Tocantins

Cada dia que passa fica mais evidente que na rapidez com que o governo passado agiu para "acelerar" suas ações à frente do Estado, estavam envolvidos grandes negócios. A compra das ambulâncias da Fiat, por exemplo, está cheia de peculiarida...

Os representantes da Fiat automóveis S/A, têm cruzado os ares com freqüência desde a posse do novo governador, atrás de viabilizar o recebimento de R$ 4.586.032,00( Quatro milhões, quinhentos e oitenta e seis mil e trinta e dois reais). Este foi o valor do empenho da empresa, cancelado em 21 de dezembro, no apagar das luzes do governo de Carlos Gaguim e correspondia a 71 das 170 ambulâncias.

Todas as ambulâncias foram entregues. As últimas ao que se sabe, em setembro, mês que antecedeu as eleições. O curioso é que mesmo 30 dias depois de entregar (final de outubro), e sem receber, a Fiat Automóveis não tomou nenhuma medida mais dura de cobrança, ou tentativa de reaver as ambulâncias para não ficar no prejuízo.

Mas vamos lá, que o problema é mais grave do que o suposto prejuízo que a Fiat possa estar acumulando. A questão é que o governo do Tocantins tinha em vigor uma licitação para aquisição de 40 ambulâncias. Nela, a Fiat perdeu no preço para a MCM. O Estado podia adquirir ambulâncias de simples remoção a R$ 49.200,00 (quarenta e nove mil e duzentos). Mas ainda assim, havia oferecido os veículos por lance inicial de R$ 54.000,00 (cinqüenta e quatro mil).

Ar-condicionado caro demais...

Por trás do resumo do grande negócio feito pela Fiat com o governo do Tocantins – que só não foi melhor por que terminou com mais de R$ 4,5 milhões a receber – pode estar uma desculpa um tanto esfarrapada. Alguém se lembra da exigência do governador pelo ar condicionado na parte traseira das ambulâncias? Pois é. Esta foi a explicação para o atraso na entrega, pois a fabricante havia sido instada a adaptar o modelo para dar mais conforto aos passageiros, já que o modelo original só prevê ar condicionado na frente, para motorista e acompanhante.

De todo jeito que se faz esta conta no entanto, ela não fecha. A diferença entre um veículo com ar e outro sem ar do mesmo modelo gira em torno de R$ 3.500,00. Nada que se compare, aos R$ 10 mil de diferença entre os dois preços de ambulância da mesma Fiat: um no pregão do Tocantins (R$ 54 mil) e outro no pregão de Minas Gerais (R$ 64.592,00).

A diferença é maior quando comparados os preços das ambulâncias adquiridas da MCM - o governo comprou 15 com base naquela licitação que permita comprar 40 – com os preços das adquiridas pela Fiat automóveis S/A.]

Um negócio atrás do outro

Ninguém duvida de que o governo passado terminou em dezembro, e é preciso seguir em frente. Mesmo que a cada dia que passe, se descubra que o gestor que entregou o cargo no final de 2010, permitiu que grandes negócios fossem feitos por amigos e empresas, a cada ação que planejou para o Estado.

A cada mergulho em investigações sobre pontos da herança que ficou do passado, Ministério Público Estadual, Federal e Tribunal de Contas vão descobrindo coisas mal feitas. Esta das ambulâncias, ao que indicam informações recebidas pelo Site Roberta Tum, está no alvo de investigações federais. Tudo por que para pagar as tais ambulâncias, os recursos utilizados foram da conta do Fundo Estadual da Saúde, composto em 12% por recursos do estado, e 88% por recursos federais.

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