O movimento que o PR começa a fazer a partir da capital nesta quinta-feira, 22, marca a entrada na reta final das filiações com o objetivo da disputa eleitoral do ano que vem. Depois de aparar as arestas dentro da base governista com a permanência de Goiaciara Cruz em Gurupi, o partido do senador João Ribeiro vai fortalecer seus quadros com nomes novos, vindos da iniciativa privada e do empresariado, de Guaraí a Colinas, duas cidades importantes do Centro Norte do estado.
Toda a articulação política feita pelo senador - hábil em fazer acordos e somar companheiros – começará a mostrar seus frutos na composição de chapas que até os adversários concordam, João Ribeiro sabe construir muito bem. O desafio maior para o partido parece ser mesmo a postura a ser adotada na capital. Eu explico os motivos.
Luana, Nilmar, Campelo: cabeça de chapa ou vice?
Os três nomes que o partido tem para a disputa na capital são significativos em dois cenários: se for enfrentar a eleição disputando a prefeitura, ou se optar por uma composição à vice. Luana, deputada estadual e filha do senador, tem feito um trabalho social interessante na capital, onde cresceu nas últimas eleições que disputou para a Assembléia Legislativa, a partir do quadro de lideranças construído em sua rede de apoio. É um nome novo, com perfil jovem e posições firmes.
O nome da deputada no entanto – apontam as pesquisas internas que todo mundo já mandou fazer – não tem a mesma penetração, por exemplo, que o de Marcelo Lélis, deputado que já perdeu uma eleição na capital, com o apoio do próprio João Ribeiro, e construiu uma história consolidando-se como o mais popular dos pré-candidatos da base governista para enfrentar as urnas em 2012. Luana, no entanto, se quiser chegar ao Paço, terá que começar.
A ex-prefeita Nilmar Ruiz, por sua vez tem batido na tecla de que quer disputar e que teria direito a isto, uma vez que é ex-prefeita da capital, ex-deputada federal e tem seu capital político em votos na cidade. A questão é o desgaste do seu nome, que desestimula um lançamento por exemplo, na cabeça de chapa.
Nilmar, nos bastidores, sonha com a vice de Lélis, que começou como vereador na sua gestão. Uma posição impensável para Luana, que precisa construir nome próprio para num futuro não tão distante, ter a musculatura necessária para buscar o Paço Municipal com chances de vitória.
O terceiro nome, do vereador Lúcio Campelo, tem seu peso na região sul da cidade, onde disputou para estadual e consolidou-se como liderança. Alí, Lúcio faz a política típica do interior: ajuda um com o gás, o outro com a luz, está presente nos nascimentos casamentos e velórios. É o cara com quem se pode contar na dificuldade. Perfil interessante, resta saber na composição de chapa, o que apontará a pesquisa qualitativa. Além é óbvio, do poder dos outros partidos envolvidos no jogo.
O DEM da capital por exemplo, tem 5 minutos de tempo de televisão, e pretende emplacar o nome de Fernando Rezende numa vice. O partido, para todos os efeitos, é da base do governo, mesmo que tenha dado recentes sinais de insatisfação.
Aliança com Raul: opção a considerar
Na cota política dos amigos do senador e parceiros na hora de fazer política, está o prefeito da capital Raul Filho. Ele que acenou com uma possível adesão ao PSD, recuou, e vem abrindo baterias contra o governo do Estado, tem uma relação de companheiro com o senador. Na manhã de hoje, foi recebido na casa de Ribeiro para um café da manhã, cujo cardápio principal foi sem dúvida, política.
Para amigos próximos, Raul tem dito que o PR estará junto do seu grupo na sucessão em Palmas. Resta saber quem lideraria uma composição destas. O prefeito está amarrado ao PT, que tem a disposição de lançar candidato. Ouve-se falar até no nome do secretário de Saúde do município, Samuel Bonilha, que com todo respeito que merece, não exibe chances de vitória num quadro como o que se desenha na capital.
Naquelas pesquisas internas que todo mundo tem – as tais cartas marcadas - já ficaram nítidas outras limitações. É o caso por exemplo, de Wanderlei Barbosa, deputado que avançou suas bases de Taquaruçu até as Aurenys, mas que tem dificuldades em entrar noutras faixas do eleitorado, importantes. Quanto à Edna Agnolin, de perfil aguerrido, fala-se em índices de rejeição preocupantes. Alan Barbiero, também mostra a qualitativa, tem seus limites restritos ao meio universitário.
Desta forma, com o Paço Municipal nas mãos, mas sem muita disposição de investir recursos pessoais na campanha, ficará difícil para Raul, viabilizar uma candidatura sem somar-se a outra força. E aí é que pode surgir o elemento novo nesta disputa, caso haja de fato uma junção entre o prefeito e o senador, numa somatória de forças que já anteciparia uma provável aliança em 2014.
Como se vê, há muita coisa a se pesar na balança do PR, que reúne hoje sua militância e líderes na capital. O senador João Ribeiro, experiente que é, e com a intenção legítima de chegar a governar o Estado, pavimenta caminho próprio, dentro do grupo que ajudou a conquistar o Palácio Araguaia. De sua condução do processo de 2012 depende muito do que será plantado para 2014. E ele sabe. É aguardar para ver o que virá.
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