Nos bastidores nos últimos dias a briga é grande, independente de quem seja o cabeça de chapa, para definir os arranjos na proporcional, onde estarão os candidatos a vereador.
Cada grupo, cada partido - e principalmente os que se agregaram aos majoritários na última hora – estuda o melhor “arranjo”(no bom sentido,rs) para ajeitar seus vereadores.
Partido pequeno, não quer servir de “bucha”, para partidos melhor estruturados elegerem seus vereadores. A lógica, o leitor já conhece. Junta-se numa mesma coligação, de preferencia, candidatos com densidade eleitoral parecida. Para que todos tenham chances reais de brigar pela sua eleição. Uma boa coligação proporcional, deve fazer os votos de legenda necessários para eleger uma, duas ou mais vagas.
No caso específico da capital, por exemplo, as vagas subiram para 19. A princípio, pode parecer que facilitou para quem tinha menores condições financeiras, mas é ilusão pensar assim. Somados todos os partidos e seus proporcionais, vai passar de 200 candidatos a vereador na rua brigando por cada vaga destas.
Nas maiores cidades do Estado, a lógica é parecida: muita gente disputando pouca vaga, e quem tem um pouco mais de “estrutura”, leva vantagem na hora de acertar apoios, garantir condições de trabalho para suas equipes.
Na prática, não é brincadeira fazer campanha para vereador. É uma luta muito mais sangrenta do que a disputa para deputado estadual, por exemplo, e nem tão barata quanto os mais ingênuos possam imaginar.
É por isto que nos bastidores, a luta tem sido árdua, chegando a criar indisposições, quanto maior é o número de partidos a acomodar.
Só uma coisa mudou: o “Efeito Cachoeira”.
É que historicamente empresários (mais ou menos honestos na natureza dos seus negócios) financiam campanhas. Este é o modelo brasileiro. E depois que estão todos sob suspeita e forte vigilância, correndo o risco da exposição e da dúvida lançada sobre doações e intenções ao doar, o doador sumiu da praça.
Esta será a campanha mais pobre dos últimos anos. Podem escrever.
Quem está montando chapas com medo do dinheiro que pode estar sobrando na mão do adversário, comete um erro. Ninguém terá facilidade em captar.
A campanha para vereador em Palmas e nas maiores cidades do Tocantins será a de quem souber agir com mais inteligência, ser criativo, trabalhar mais na conquista do voto, no corpo a corpo.
Ouso dizer, que esta será a campanha do voto consciente. Por que este é o voto que se ganha de graça. É o meu voto, o seu, o do professor, o do estudante, do comerciante, do trabalhador sindicalizado. Enfim, o de quem tem alguma noção de que política não é essa via de mão dupla onde se troca o voto de hoje pelo benefício imediato de hoje.
Quem plantou, colherá. Quem tem algum trabalho prestado para mostrar, ou alguma expectativa de ação parlamentar construtiva e diferente terá mais vantagem do que quem estiver esperando o dinheiro chover na sua horta em forma de repasses mensais do partido ou coligação.
Estas ajudas, com certeza ainda virão. Mais serão menores e insuficientes para fazer aquelas campanhas de antes, com muito carro alugado, muito combustível, muito cabo eleitoral pago e muita “estrutura.” Seja lá quem for o candidato a prefeito, ou prefeita da cidade. Podem anotar. Quem tem dinheiro próprio para bancar campanha, gaste do seu. Quem não tem, sonhe menos e gaste mais sola de sapato, usando a inteligência.
Esta é a primeira campanha pós Cachoeira. E o que estou vendo é quem tem o que perder (nome, dinheiro) correndo léguas deste lamaçal.
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