PSD tem sonho do registro adiado: nunca antes na história deste País a criação de um partido foi tão combatida...

A votação do TSE na noite de ontem que avaliava o pedido de registro do PSD, que tem na senadora Kátia Abreu, do Tocantins, e no prefeito Kassab de São Paulo, duas de suas expressões nacionais, foi suspensa por um pedido de vistas. O sonho do registr...

Vou tomar emprestada do presidente (eterno) Lula sua frase clássica para utilizá-la com muita propriedade no que acontece com o pedido de registro do PSD em nível nacional: nunca antes na história deste país se fez tanto para impedir a criação de um novo partido político.

O questionamento das assinaturas recolhidas em diversos estados - aqui especialmente numa cidade específica – é legítimo, e virou matéria nacional. Ocorre que as assinaturas não certificadas foram descartadas. Prevalecem para análise do TSE apenas as que os cartórios atestaram ser legítimas.

Vejam , foi um esforço hercúleo o que as lideranças que acorrem ao PSD para se livrar de suas antigas siglas e dirigentes, fizeram. Não é fácil para ninguém chegar ao número de assinaturas exigidas. E se foi difícil para o PSD que já nasce com mais de 50 deputados federais, inúmeros prefeitos e deputados estaduais, como será que está a mesma tarefa para três ou quatro partidos minúsculos que tentam a sua criação? Por que não há holofotes sobre eles?

A resposta é simples: está no tamanho que o PSD já tem, a pouco mais de uma semana do fim do prazo para filiações com vistas às eleições do ano que vem.

Ao arrancar uma fatia significativa do DEM, PSDB, do próprio PMDB em vários estados, o PSD cometeu a suprema infração de contrariar os donos de bancadas que servem para negociar apoios.

Sua posição de independência nos dois níveis: nacional e estadual, dá aos novos integrantes uma liberdade de compor e se aproximar de governos contra os quais fizeram oposição.

No caso específico do Tocantins, coloca uma líder de expressão nacional, a Senadora Kátia Abreu, numa posição de proximidade e interlocução com a presidenta Dilma, que seria impossível de outro modo. No equilíbrio de forças dentro do Congresso Nacional, o PSD retira de outras bancadas o poder de barganha e facilitará, sem dúvida a aprovação de projetos do governo federal.

Não é exagero dizer que o PSD vem para ser uma espécie de fiel da balança. E está justamente neste ponto toda a orquestração contrária à sua criação. Um jogo de forças que, espera-se, deve terminar semana que vem também no TSE.

Comentários (0)