A disputa pelo eleitorado de Palmas nesta semana da campanha tomou contornos de uma luta travada pela inteligência e senso de oportunidade. A luta é ferrenha entre Marcelo Lélis, segundo lugar nas pesquisas de opinião, e Raul Filho que está em terceiro, mas não pode ficar nesta posição, por ser o prefeito atual, detentor da máquina administrativa do município.
Não que se espere que ele vá usá-la ao arrepio da lei. Mas ter a máquina significa ter beneficiários diretos de programas diversos, o que garante a simpatia e a propensão ao voto. O fato é que esquentou a disputa entre os dois. Na terça-feira, a assessoria de Lélis divulgou nota criticando a ATTM por fazer uma reunião para disciplinar o uso de carros de som, sem no entanto, chamar o grupo da UT. Nesta quarta-feira, com muito senso de oportunidade, os verdinhos foram limpar a sujeira da caminhada vermelha.
Ora, é evidente que toda caminhada deixa atrás de si panfletos, santinhos e copos descartáveis pelo chão. Nestes anos todos acompanhando caminhadas e arrastões em campanha, nunca vi a claque de qualquer candidato entrar e sair de uma avenida sem deixar sujeira. Talvez Palmas assista uma caminhada "limpa" quando Lélis decidir fazer na JK o arrastão que Nilmar e Raul fizeram.Vamos esperar pra ver. Pela atitude de hoje, ao tentar dar um "tapa com luvas de pelica" no adversário, o PV de Lélis expôs a campanha adversária como "sujona".
Sendo assim, podemos esperar nos próximos dias Lélis na frente, pela JK e sua turma da limpeza atrás. O que interessa, na análise dos fatos desta quarta é o senso de oportunidade da campanha da União do Tocantins em gerar fato político. É o que resta fazer, já que - segundo o deputado federal Eduardo Gomes, de volta à tribuna da Câmara Federal esta semana - Marcelo Lélis é uma espécie de cavaleiro andante, "oprimido" por duas máquinas: a estadual e a municipal.
Realmente,é uma dura realidade para quem nunca passou pela experiência. Aliás, bem distante da que foi vivida durante mais de uma década pelo grupo utista no estado e na capital. Naquela época, a UT detinha a máquina, o trator e o rolo compressor.
Agora, o jeito é limpar a sujeira do PT para tentar angariar um pouco mais de simpatia, na construção de uma imagem leve, por cima de outra que ainda está muito presente. A imagem de um grupo que construiu muito, é verdade, e gerou para nós todos, moradores de Palmas, muitas oportunidades. Mas que pesou na mão deixando uma imagem de autoritarismo ainda difícil de apagar.
roberta@blogdatum.com
Comentários (0)