O clima entre os concurseiros está longe de ser aquele gerado pela expectativa que havia lá atrás. E não é para menos. Este concurso se transformou numa longa e desagradável novela, que se arrasta interminavelmente.
Dos erros técnicos na confecção das provas, passando pelos erros na divulgação dos gabaritos, o primeiro certame se arrastou por dois governos (Marcelo e Gaguim), sem solução que "desenrolasse"a vida de quem fez, e esperava pelo resultado. Quem acompanhou os fatos se lembra.Quem não se lembra pode reler aqui, aqueles dias de agonia.
O atual governador entrou disposto a virar a página da primeira fase do Concurso do Quadro Geral. Numa decisão muito mais política do que técnica - na minha opinião - cancelou o certame na via administrativa, alegando os problemas técnicos. Embora não houvesse vazamento de respostas.
Foram dias nebulosos e turbulentos, em que a empresa responsável pela apuração do resultado afirma ter entregado o CD com a lista de aprovados ao então governador Carlos Gaguim (PMDB). E este nos momentos de sua inegável sinceridade, teria dito aos mais próximos que não homologaria um resultado em que a maioria das pessoas aprovadas eram de fora.
Durma-se com um barulho destes. É coisa para destruir a credibilidade de qualquer Estado diante da nação de concurseiros que se move Brasil a fora em busca da estabilidade oferecida por concursos públicos.
Virando a página
Pois bem. Anos depois, é a hora e a vez do governo Siqueira Campos - que através do PSDB foi ao STF questionar a quantidade de comissionados nos governos anteriores - fazer realizar um concurso crível sob o ponto de vista ético e jurídico e no Tocantins.
A coisa toda já se arrastou demais. O número de contratos temporários é de quase quatro vezes mais que as vagas oferecidas pelo governo para este certame. O argumento para justificar esta discrepância toda é que os temporários são "flutuantes"e representam necessidades atuais, que não são necessariamente aquelas rotineiras do serviço público.
Pode até ser. Mas o que se espera do governo na condução deste concurso é que: antes de mais nada a empresa contratada para fazê-lo (ainda que via licitação), seja capaz de iniciar e terminar um certame sem erros grosseiros. Depois, que os princípios da transparência e da equidade prevaleçam no resultado final, dando aos concorrentes a estas mais de 6 mil vagas, a segurança de que participaram de uma disputa limpa, em que todos tiveram chances iguais. É o mínimo que o Tocantins espera para encerrar esta novela.
Afinal, concurso errado e com resultados duvidosos é coisa absolutamente inadmissível e fora de moda.
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