Quadro Geral: o fim da novela ou outro começo?

Estão marcadas as datas (duas com intervalo de uma semana) para que os heróis da resistência que ainda esperam, praticamente quatro anos depois pelo Concurso do Quadro Geral do Estado....

O clima entre os concurseiros está longe de ser aquele gerado pela expectativa que havia lá atrás. E não é para menos. Este concurso se transformou numa longa e desagradável novela, que se arrasta interminavelmente.

Dos erros técnicos na confecção das provas, passando pelos erros na divulgação dos gabaritos, o primeiro certame se arrastou por dois governos (Marcelo e Gaguim), sem solução que "desenrolasse"a vida de quem fez, e esperava pelo resultado. Quem acompanhou os fatos se lembra.

Quem não se lembra pode reler aqui, aqueles dias de agonia.

O atual governador entrou disposto a virar a página da primeira fase do Concurso do Quadro Geral. Numa decisão muito mais política do que técnica - na minha opinião - cancelou o certame na via administrativa, alegando os problemas técnicos. Embora não houvesse vazamento de respostas.

Foram dias nebulosos e turbulentos, em que a empresa responsável pela apuração do resultado afirma ter entregado o CD com a lista de aprovados ao então governador Carlos Gaguim (PMDB). E este nos momentos de sua inegável sinceridade, teria dito aos mais próximos que não homologaria um resultado em que a maioria das pessoas aprovadas eram de fora.

Durma-se com um barulho destes. É coisa para destruir a credibilidade de qualquer Estado diante da nação de concurseiros que se move Brasil a fora em busca da estabilidade oferecida por concursos públicos.

Virando a página

Pois bem. Anos depois, é a hora e a vez do governo Siqueira Campos - que através do PSDB foi ao STF questionar a quantidade de comissionados nos governos anteriores - fazer realizar um concurso crível sob o ponto de vista ético e jurídico e no Tocantins.

A coisa toda já se arrastou demais. O número de contratos temporários é de quase quatro vezes mais que as vagas oferecidas pelo governo para este certame. O argumento para justificar esta discrepância toda é que os temporários são "flutuantes"e representam necessidades atuais, que não são necessariamente aquelas rotineiras do serviço público.

Pode até ser. Mas o que se espera do governo na condução deste concurso é que: antes de mais nada a empresa contratada para fazê-lo (ainda que via licitação), seja capaz de iniciar e terminar um certame sem erros grosseiros. Depois, que os princípios da transparência e da equidade prevaleçam no resultado final, dando aos concorrentes a estas mais de 6 mil vagas, a segurança de que participaram de uma disputa limpa, em que todos tiveram chances iguais. É o mínimo que o Tocantins espera para encerrar esta novela.

Afinal, concurso errado e com resultados duvidosos é coisa absolutamente inadmissível e fora de moda.

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