Quando todo o universo conspira contra, não adianta dois ou três argumentos a favor

Olha a coisa se complicando aí nesta contratação simplificada - sem licitação - de empreiteiras para fazer recuperação de emergência em estradas tocantinenses. Tudo indica que o Estado não deve fazê-la, mas a lista de empresas publicada no diário Ofi...

Vai nas páginas do Jornal do Tocantins de hoje uma informação preocupante: na lista de empresas anunciadas com contratos sem licitação pela Seinfra (contratação simplificada) estão doadoras de campanha da Tocantins Levado à Sério. Coincidência? Pode até ser, mas é o tipo do argumento que não convence.

No topo deste portal de notícias hoje, trazemos a informação sobre uma das empresas, a Construtora Caiapó, cujo contrato de 12 meses para fazer recuperação de estradas está com o prazo estourado. E nada da obra ficar pronta. A consultora contou em um terço do trecho a ser recuperado, a módica quantia de 1361 buracos. Tá na cara que não foi recuperado não é? E ainda há a informação de que o material utilizado não se presta para o serviço. É inapropriado, irregular, mistura de sobras, que deve ir para o lixo.

E agora José? As incensadas empresas acima de qualquer suspeita por serem contratadas pelo DNIT perderam o ar de inocência diante da divulgação do mensalão/mensalinho. Parece que não foram bem pesquisadas antes de serem consideradas aptas. Exagero? Tudo indica que não.

Em pleno mês de julho, faltando menos de três meses para o período chuvoso (e olha que choveu ontem em Palmas, numa destas loucuras de mudanças climáticas cada vez mais imprevisíveis), é de matar um contrato emergencial para recuperar estradas. E que não tem prazo para terminar este ano. Onde está a emergência então?

Talvez fosse melhor o Estado chamar para si a recuperação este ano e licitá-la para o ano que vem, como fez a Secom com as contas publicitárias (passou seis meses montando edital).

Do jeito que as coisas vão - escândalo no ministério dos Transportes, recomendação do MPE para não contratar sem licitar, empresas beneficiadas na lista de doações de campanha e finalmente contratos mau executados – tudo indica que o universo está conspirando contra as coisas serem feitas deste jeito. Ou não?

As intenções do governo do Estado podem ser as melhores possíveis, mas diante de todos os acontecimentos dos últimos dias, acaba parecendo que não. E como diziam os antigos lá no sertão de Goiás, aos seus filhos, do alto de sua sabedoria imensa: “antes ser do que parecer”.

Ainda dá tempo para um governo que mal começou – e tem tudo para ser bem sucedido – repense este pacotão de obras viárias sem licitação. É o que a prudência recomenda.

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