O senador Leomar Quintanilha tinha retorno previsto para o Senado apenas em abril, quando deixaria a pasta da Educação após um período de fortalecimento político de sua base. Mas segundo informações que chegaram ontem ao Site Roberta Tum, o retorno tem boas chances de ser antecipado.
Um dos motivos, e forte, é a movimentação do Sintet em torno do aumento de 33% cobrado para a categoria. O governo fez uma contra proposta de 19%, e o problema foi adiado para a próxima terça-feira, quando a Comissão de Educação, presidida pelo deputado Sargento Aragão volta a se reunir para tratar do tema.
Nos bastidores, gente próxima ao senador acredita e defende uma teoria da conspiração, de que o movimento estivesse ligado de alguma maneira à ex-secretária, professora Dorinha Seabra. O temor de que as coisas piorem assombra os que querem que a passagem de Quintanilha pela pasta seja um marco positivo no currículo do parlamentar. Uma greve mancharia gravemente este período.
Mas a verdade é que o Sintet, como boa parte dos sindicatos classistas, teve sua origem na militância do PT, e ainda tem seus principais líderes ligados ao partido. Mais do que isto, a bandeira do sindicato ao buscar o aumento não é partidária, é de defesa dos interesses dos profissionais da Educação.
Os contornos políticos
É fato no entanto, que outras coisas podem estar influenciando uma decisão do senador em retornar antes ao Senado. O rodízio previsto com a saída de Sadi Cassol para permitir dois meses de mandato a Luiz Tolentino não aconteceu. O governo Gaguim, por outro lado, perde boa parte de sua plataforma de sustentação política com o distanciamento do PR do projeto sucessório do grupo.
Leomar, como se sabe, é PMDB do Tocantins com trânsito fácil no PMDB nacional, de quem tem respaldo para buscar a reeleição. Feitas as contas, ao buscar um novo mandato de 8 anos, o senador fecharia nada menos do que 30 anos de mandatos sucessivos. É uma marca invejável, caso consiga ser candidato e chegar à vitória.
As interferências políticas descontroladas de deputados nas Delegacias Regionais de Ensino, como a ocorrida ontem em Miracema - quando o Padre Cleonisaldo tentou exonerar numa canetada 68 pessoas ligadas aos mais diversos líderes políticos do município, para atender o deputado Stálin Bucar e o prefeito Júnior Evangelista – só confirmam o desgoverno que pode atingir também a Educação.
Leomar pode sair rápido deste cenário, e voltar à tranqüilidade do Senado, planejando de lá o melhor caminho para garantir seu espaço político para os próximos 8, ou quatro anos.
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