Raul aperta secretários e dá prazo de 60 dias para conclusão de obras

A reunião de secretariado ontem do prefeito Raul Filho (PT) não foi amena. A equipe foi chamada à responsabilidade. As conseqüências imediatas serão sentidas nos próximos dias. O prefeito deve mexer na Fundação Cultural, objeto de desgaste depois do ...

O prefeito Raul Filho (PT) abriu a reunião de secretariado exatamente no horário, na manhã de ontem, segunda-feira, 11 na prefeitura de Palmas. Pelo menos cinco secretários chegaram atrasados. Raul foi duro. Quer compromisso e responsabilidade da equipe inteira. A começar pelo cumprimento do prazo de entrega das obras de infra-estrutura em andamento na cidade.

 

A reação do prefeito - que vinha aceitando a tradicional desculpa de que obras não andam em período chuvoso - mudou depois de sua passagem por Goiânia no final do ano. Enquanto acompanhava a esposa Solange na assistência ao sogro, que veio a falecer, Raul observou o ritmo de obras do colega Íris Rezende. E em Goiânia, chuva não pára obras.

 

De volta à Palmas e consciente de que seu maior desgaste é o atraso nas obras prometidas e aguardadas pela comunidade, o prefeito estipulou prazo: em 60 dias quer Palmas recapeada. Chova ou faça sol.

 

Outro problema abordado por Raul foram as licitações. Secretário que não tomar todos os cuidados para garantir com eficiência a licitação de obras e serviços, permitindo que falhas ou vícios provoquem o cancelamento de licitações será sumariamente demitido. O tom da exigência subiu.

 

Juarez na Fundação Cultural

 

O presidente da Fundação Cultural, Pierre de Freitas, que viveu dias difíceis no final do ano esperando por recursos do Estado está na corda bamba. Insatisfeito, Pierre já vinha falando aos amigos que sairia junto com Raul da prefeitura caso este renunciasse em abril em função da campanha.

 

Parece que Pierre sai antes. Pelo menos os comentários de bastidores são neste sentido. Em seu lugar entraria Juarez Moreira, irmão do deputado federal Laurez Moreira (PSB), partido que integra a base de Raul e que deverá compor uma aliança junto com o PT este ano.

 

A base petista vai se formando

 

O choque de gestão que o prefeito está cobrando dos seus auxiliares terá repercussões no processo político eleitoral de outubro, ainda que Raul Filho não seja o candidato a governo. Uma base já está se formando composta por PT, PDT, PSB, PRP, com a possibilidade de agregar PTN - que está no governo petista - e o PR do senador João Ribeiro.

 

No staff do prefeito, o raciocínio é claro: se o PMDB tem dois candidatos ao senado (Marcelo Miranda e Leomar Quintanilha), abre-se a possibilidade de uma composição entre Raul e Ribeiro. Um seria candidato ao governo, e o outro ao Senado. Ainda não se sabe quem, a quê. A amigos próximos Raul teria dito que só saí para disputar o governo, mas há quem defenda seu nome para o Senado.

 

Caso esta terceira via se consolide, a eleição dos deputados federais nesta coligação cresce bastante. Na lista estão Darci Coelho e Paulo Mourão, que já foram deputados federais, Laurez Moreira, candidato à reeleição, o presidente do PT, Donizete Nogueira, e a secretária Maria Helena Brito Miranda, entre outros nomes.

 

Caso o PR se junte, traria também a deputada Nilmar Ruiz (a dúvida é como ficaria ela no mesmo palanque que o prefeito Raul), os estaduais Stálin Bucar e Paulo Roberto. A conta que os petistas/rauzistas fazem é de que o prefeito tem capacidade de crescimento de mais 30 pontos percentuais, acima dos 14 com que aparece nas pesquisas divulgadas no final do ano.

 

Palanque para Dilma

 

Estudando o teto de crescimento de cada um, é bem possível que o lançamento de três candidatos provoque o segundo turno nas eleições do Tocantins. Mas da reunião de Raul ontem com seu secretariado o que se entende é que a base do prefeito sairá fortalecida, seja qual for a composição majoritária. E a candidata a presidente, ministra Dilma Roussef provavelmente subirá num palanque petista no Tocantins.

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