O PMDB do Tocantins tem uma reunião marcada para a tarde de hoje, no Diretório Regional em Palmas, convocada pelo presidente da sigla, deputado federal Osvaldo Reis. A reunião é a primeira depois da ocorrida no final do ano, que manteve o presidente apenas por três meses no cargo. Pelo que eu ouvi na sexta-feira durante a tarde, e na manhã de hoje, o deputado deve ser mantido à frente do PMDB até o fim do ano. Para a reunião foram chamados prefeitos, deputados, vereadores, além da executiva. "É uma reunião extra executiva", me disse hoje pela manhã uma fonte da direção do partido.
Na verdade o PMDB tocantinense vive um momento crucial. É um partido de vários líderes, e portanto "de vários donos". Cada um governa uma fatia, e com frequência, não há unidade entre elas. Há pouco mais de um ano das eleições o único nome certo que o partido tem para a disputa de 2010 é o do governador Marcelo Miranda para o senado, e ninguém sabe em que chapa. A situação não é fácil, por que a ala palaciana também não detém o comando do partido, repartido entre tendências, intenções e vontades.
No Tocantins, como no Brasil, o PMDB é o maior partido. Tem a maior bancada, tem o governador, mas falta um projeto único de poder, e falta que os líderes falem a mesma linguagem. O deputado federal Moisés Avelino deu um passo importante para construir esta unidade, quebrando o gelo e procurando o deputado federal Osvaldo Reis para uma conversa ainda em Brasília. Reis retribuiu. E foi posta água benta no acirramento de posições entre os dois.
Feito isto, o que corre nos bastidores é que não adianta uma postulação isolada do deputado Júnior Coimbra à presidência. O que eu ouvi é que a turma do PMDB do Araguaia não vai insistir em disputa pela legenda. Agora resta apaziguar Gaguim, que já se estressou de público com o convite feito pelo presidente Osvaldo Reis a Paulo Sidney para ingressar nas fileiras peemedebistas e ser o candidato a governador. Sem Rced, nem indicação ao TCE, Sidney já tem esta prerrogativa, independente da sigla. Ainda que assine a ficha de filiação, de novo, não seria um nome do PMDB.
O que há de consenso entre as várias alas peemedebistas é que a união é fundamental para a sobrevivência e fortalecimento do partido para o processo sucessório do ano que vem. Osvaldo Reis está no meio deste caminho. É o presidente regional, está bem relacionado com a nacional do partido, através do presidente da Câmara Federal, Michel Temer, e como me disse outra fonte na sexta-feira: "Se for para a justiça pode complicar todo o processo arrastando uma pendenga até as vésperas da eleição".
Por tudo isso, "o governador do Bico" deve continuar na presidência até que uma transição suave possa ocorrer, com um nome que enfrente menor resistência de todas as alas. Esse é o prognóstico. Por enquanto. É que em se tratando de PMDB, tudo pode mudar com rapidez espantosa.
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