Uma reunião no HGP na manhã desta terça-feira, 22, buscava encontrar soluções para o problema. Com o estoque baixo de medicamentos - e que não podem faltar – sob pena de faltar o atendimento emergencial aos pacientes que buscam o hospital, a direção precisa da reposição dos itens mais utilizados.
O problema é que a Pró-Saúde não tem mais crédito no mercado. E por outro lado o Estado não teria dotação orçamentária para adquirir de forma direta estes medicamentos, parte do contrato da OS, e que o governo afirma que vinha pagando.
A questão entre governo do Estado e a Pró-Saúde chegou ao ponto das acusações mútuas, e transferência de responsabilidades. Em tom ácido, na véspera do rompimento do contrato, o governador afirmou que ninguém iria “tapear”o governo. Traduzindo para o português claro, o governo parece se referir a supostos superfaturamentos de preços nos relatórios que a OS vinha apresentando ao governo.
Na outra ponta da mesa, a Pró afirma que não vinha recebendo, e portanto, não pode cumprir os compromissos financeiros assumidos com os diversos fornecedores de equipamentos a materiais, ficando inadimplente no mercado.
Esforço profissional X estrutura deficitária
O que se vê no HGP, onde tive que passar boa parte dos dois últimos dias acompanhando um caso familiar, é que a boa vontade dos profissionais que lá trabalham, se choca com as limitações de estrutura do hospital e de deficiência do sistema.
Não é difícil encontrar gente morando no HGP há mais de um mês. Gente do interior do Tocantins, e gente do Mato Grosso, que se deslocou para cá em busca de socorro numa ermergência, e foi ficando à espera de cirurgia eletiva.
Na fila, esperando condições humanas e materiais, existem pelo menos 700 pedidos, segundo uma fonte me confidenciou ontem.
E olha que há pacientes com ações na justiça para conseguir operar, e para os quais falta material para que a cirurgia seja realizada. Agora então, a situação se complicou mais ainda.
Remanejar recursos e construir Pronto Socorro
Não sei não, mas se não buscar uma solução interna, remanejamento de recursos do orçamento para atender à demanda eminente pela compra de medicamentos, o governo poderá assistir em breve a um colapso no atendimento do HGP. Isso para não falar dos hospitais do interior, que sempre estiveram em situação mais deficitária ainda.
É por estas e outras que não acredito, nem com toda boa fé do mundo, que mais 60 leitos no HGP vá resolver a superlotação do Pronto Socorro.
A solução, é óbvia, e de tão óbvia, o próprio governo já admitiu há cerca de um mês a intenção de comprar um hospital para retirar o Pronto Socorro de dentro do HGP. Já que a prefeitura ficou só na promessa.
A idéia foi substituída por esta outra: ampliar a oferta de leitos no mesmo hospital. Não sou especialista, mas na condição de usuária do SUS, arrisco um palpite sem medo de errar: isso não vai funcionar.
Por mim, o governo enfrenta de vez o problema, e busca recursos para a construção e equipamento de um Pronto Socorro para Palmas. Os recursos para mantê-lo, a gestão municipal se gaba de ter, e de autorizar a transferência do Fundo Nacional da Saúde para que o Estado faça a gestão.
Sei que existem muitas prioridades, mas Saúde, meus caros, é elementar.
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