Se o assunto é carro, seja volante ou produção automobilística, elas ganham espaço

Além de boa motorista, a jornalista Aleile Moura, 33 anos, é da turma que ama o universo automobilístico e defende este espaço também no ambiente virtual.

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Esqueça aquele velho ditado “mulher ao volante, perigo constante”. Elas estão não só dirigindo, como dando aula quando o assunto é direção segura e responsável. Levantamento da Seguradora Líder, responsável pelo Seguro DPVAT, mostra que do total de indenizações pagas em virtude de acidentes no trânsito em 2017, 25% foram destinadas a mulheres contra 75% para os homens. O número sobe quando se analisa os casos com vítimas fatais: motoristas do sexo masculino representam 82%.

 

Elas estão, não só dirigindo, como ocupando novos espaços no universo automobilístico. Além de boa motorista, a jornalista Aleile Moura, 33 anos, é da turma que ama o universo automobilístico e defende este espaço também no ambiente virtual. E esse foi um dos principais motivos para que a jornalista criasse o Direção Feminina (@direcaofeminina) no instagram. No perfil, ela conta sobre novidades do setor, suas experiências na direção de automóveis e as dificuldades que passam as motoristas iniciantes “nesse trânsito louco e ainda carregado de preconceito e intolerância”, como define Aleile.

 

A jornalista sempre gostou do universo automotivo. Então, a ideia de criar o Direção Feminina partiu dessa paixão por uma área ainda dominada pelo público masculino. “O perfil também está ai para mostrar que o lugar da mulher é onde ela quiser e que essa divisão de gênero é uma coisa que ficou no passado”, defende Aleile.

 

Mecânica feminina

 

Nos bastidores, ou melhor, na construção e manutenção de veículos, elas também têm garantido lugar de destaque. “Não somos mais aquelas figuras de demonstração, mas, sim, de participação”, reflete a jornalista Aleile. Um bom exemplo deste protagonismo são as estudantes Nathália Bulhões e Letícia Passos, de 19 e 21 anos respectivamente.

 

 

Alunas do curso de Engenharia Mecânica, atualmente elas integram a Kamikaze Racing Team (KRT), uma equipe de estudantes que representa a Universidade Federal da Bahia (UFBA) nas competições Fórmula SAE Brasil. Criada em 2004, a Fórmula SAE Brasil reúne estudantes de instituições públicas e privada de todo o país para porem em prática o que aprendem nos cursos de engenharia. Junto com outros cerca de 30 membros do KRT UFBA, as meninas têm o desafio de construir do zero um protótipo de automóvel tipo Fórmula.

 

Apesar de pouca presença feminina nas salas de aula do curso, tanto Letícia quanto Nathália encontram no KRT um espaço onde podem, construir com outras meninas, representatividade na universidade. Apaixonadas pelo universo da engenharia mecânica, elas relembram que a decisão de seguir carreira nessa área não foi de cara aceita por pessoas mais próximas. A preocupação era a engenharia mecânica seria uma “profissão de homem”. Claro que ela não deram ouvidos e, hoje, seguem sendo exemplos para outras estudantes que também têm vontade de ser engenheiras.

 

“Ouvimos muito que tem esse preconceito com a mulher engenheira. Na verdade, as pessoas de fora acabam gerando mais preconceito do que internamente. Aqui dentro se você se dedica e vai em busca do que você quer, você acaba passando por cima de todos os preconceitos”, aconselha Nathália. “Acho que se você gosta, se é apaixonado por aquilo que faz, independente de gênero, você consegue ultrapassar.

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