Se quiser transparência, governo deve licitar Concurso do Quadro Geral

O Tocantins caminha para mais um capítulo de questionamento em torno do malfadado Concurso do Quadro Geral. Tudo por que a realização de um novo certame, sob o comando da Unitins desperta críticas e desconfiança, não só na oposição. Se quer passar ao...

A decisão do governo do Estado em colocar a Unitins no comando da realização do Concurso do Quadro Geral já se mostrou, em curto espaço de tempo, um ato infeliz. Desde que foi publicada no Diário Oficial, a ordem de serviço para realização do novo certame, uma série de críticas têm sido ouvidas e não só na Assembléia Legislativa do Estado, onde a oposição cumpre o seu papel de questionar a legalidade dos atos do executivo.

No quadro de comentários deste portal e nas redes sociais, o clamor também é grande. Depois de perder tempo e dinheiro, estudando, pagando cursinho, fazendo prova e esperando durante longos dois anos pela solução do imbróglio criado no primeiro concurso, os candidatos em potencial para o próximo já não sabem mais a quem recorrer.

E por que tanto questionamento? Logicamente por que o Tocantins não é famoso pela lisura de seus concursos. Ao contrário, enfrenta a pecha de favorecimento e apadrinhamento desde os seus primeiros certames, quando era prática comum um governante suceder o outro e cancelar concursos feitos, sob a acusação de irregularidades das mais variadas.

A questão é que o tempo passou, o Estado e o mundo mudaram e o grau de fiscalização e cobrança por transparência é outro.

Por isto mesmo, penso que a gestão atual do governador Siqueira Campos perde muito em escolher a Unitins, ao invés de optar por fazer um concurso acima de qualquer suspeita.

E não digo isto para desmerecer os excelentes profissionais que a Unitins tem. É outra a questão, que não a competência: trata-se do vínculo de subordinação, que submete servidores nomeados em cargos de confiança à vontade e determinações superiores.

Como garantir que não ocorrerão intromissões, nem pressões diversas por agentes políticos para alterar o resultado? Licitando, entregando a tarefa de fazer e corrigir à instituição capacitada, de renome nacional e evitando sub contratar através da Unitins conhecidos amigos, ligados por parentesco a outros amigos do poder, como já corre na praça.

Pode ser que este seja o último governo Siqueira Campos. Desde a campanha do ano passado se ouve falar que este seria o seu fechamento com chave de ouro numa carreira política marcada por conquistas excepcionais, como a participação inegável na criação e consolidação do Estado.

É o que seu eleitorado espera. Um grande governo, pautado não só na lei, mas na ética e na moralidade. O Concurso do Quadro Geral é uma boa oportunidade para começar a dar mostras de que esta disposição extrapolará o discurso e permeará a prática.

Licitação para o Concurso do Quadro Geral. É o correto. É o justo. É o que se espera de um governo que quer, precisa e se espera, esteja acima de qualquer suspeita.

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