As notícias de estiagem - muitos preferem seca - no Sudeste parecem incomodar pouco quem mora mais distante daquela realidade árida. Tive a oportunidade de conviver com o problema e as tentativas de encontrar soluções, ano passado em Conceição, Paranã, Arraias e outras cidades atingidas diretamente pela falta de água.
Ontem, na volta pra casa, percebi, pela segunda vez em uma semana, pontos de fogo no mesmo local, às margens do córrego, próximo à ponte na saída de Taquaralto para Taquaruçu. O clima por aqui também está muito seco, e os manaciais começam a secar como nunca se viu.
Tudo isso está interligado. Colocar fogo numa mata ciliar, e queimar a proteção dos córregos Taquaruçu e Taquarussuzinho, é um crime contra a saúde pública. Não estou exagerando. Vários fatores determinam a morte de um rio, e destruir sua proteção vegetal é sem dúvida um dos mais graves.
Não é de hoje que a retirada de água sem critério - e sem fiscalização - compromete os manaciais que abastecem Palmas. No último Fórum do Lago gerou polêmica a possibilidade de que a capital venha necessitar de utilizar água do lago para o seu abastecimento. É o fim da picada, como se diz lá em Goiás.
Enquanto o governo entrega novas escavadeiras ao Dertins para cavar cacimbas na zona rural da região Sudeste (foto), cada vez mais sofrida, é preciso tomar providências sérias aqui. Não podemos deixar que Palmas sofra - e isso está traçado para acontecer em breve - com a falta de água boa, pura, corrente, advinda dos córregos do entorno da capital.
Vamos cuidar urgentemente dos córregos, rios e nascentes. Nem que seja preciso criar mecanismos mais eficientes de fiscalização. Margem de córrego não tem dono, e quem agride assim o meio ambiente atenta contra a saúde pública.
O problema do Sudeste também é nosso, e bem antes que se imagine, pode bater na nossa porta, bem aqui.
Roberta Tum
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