Secretário "mela chave"

Neste artigo Luciano Coelho expõe seu ponto de vista sobre algumas medidas adotas pelo secretário da Educação, Danilo de Melo. Confira!!...

No meio dos educadores os comentários sobre o ato administrativo, que acaba com a hora atividade do professor que trabalha em regime de contrato, gera indignação, incredulidade, revolta, mas sem documento oficial para as escolas. Segundo um diretor de escola, afirmou que somente receberam a ligação da SEDUC avisando que os professores contratados não precisariam ir para a escola cumprir suas horas atividade. O mais impressionante que o salário do mês de outubro já veio descontado a hora atividade sem aviso. Estes profissionais com certeza havia planejado algo com este dinheiro. E agora quem vai pagar a sua conta? E sua cabeça está organizada para realizar um bom trabalho neste final de ano?

Se for verdade esta determinação do secretário Danilo de Mello Sousa, que também preside o CONSED – Conselho Nacional de Secretários de Educação, ele está indo na contra mão de tudo que ele defendia quando professor universitário e principalmente o que defende a maioria dos educadores, pesquisadores e o próprio CONSED. Segundo JOSÉ CARLOS LIBANEO, no livro, DIDÁTICA, página 221, diz que: “O planejamento escolar é uma tarefa docente que inclui tanto a previsão das atividades didáticas em termos da sua organização e coordenação em face dos objetivos propostos, quanto a sua revisão e adequação no decorrer do processo de ensino. O planejamento é um meio para se programar as ações docentes, mas é também um momento de pesquisa e reflexão intimamente ligado à avaliação".

A hora atividade conquistada pela classe há décadas no País, foi um grande avanço. Pesquisadores defendiam na época que um dos fatores que poderia melhorar a qualidade da educação, era um tempo significativo para o professor realizar o planejamento de suas aulas. Na pratica é atribuído à hora atividade: que professores da mesma disciplina troquem experiências, momento de avaliar os alunos com a equipe pedagógica (coordenador pedagógico e orientador educacional), realizar as correções de provas, trabalhos, agendarem horário para utilizar os recursos didáticos disponíveis, preencher o diário eletrônico que por sinal o sistema atual do estado é defasado, tem professor que paga outra pessoa pra realizar esta atividade devido à morosidade do sistema. É pra isso secretário que serve a hora atividade será que esqueceu?

Pra que criar esta distinção (discriminação) entre concursados e contratados? Por ventura esta hora atividade retirada destes profissionais será realizada em sala de aula? Ou em casa? A qualidade das aulas será a mesma? Ou eles terão que sacrificar a família (esposo(a), filhos) para garantir o seu sustento em casa através deste salário? Acredito que o secretário não refletiu sobre estes fatores aqui elencados, por conhecê-lo e ter sido seu aluno. Lembro que o chamava de mestre e vibrava com suas aulas empolgantes que fazia seus alunos acreditar que seria possível transformar a nossa educação para melhor. O que fez mudar de ideia? Será que o poder o transformou? Por onde andará sua ideologia marxista, freiriana? Será que poder o fez pensar como os capitalistas? PAULO FREIRE, no seu livro, PEDAGOGIA DA AUTONOMIA, página 23 afirma que: “Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender. Quem ensina, ensina alguma coisa a alguém.” Você mestre me ensinou algo, que jamais esquecerei, mesmo que você mude seus ideais, ser questionador, sou grato por isso.

Se este questionamento for afirmado, terei que apelidar o meu mestre com um jargão popular: “calça curta” e “mela chave”. Que quer dizer que aquele profissional mal qualificado, que só enrola, maquia o que é pra ser bem feito. E me parece que ele está conseguindo fazer isso muito bem com seus relatórios ao governador e ao Secretário de Planejamento e Gestão. Logo o Eduardo que também é um pedagogo e sabe muito bem que uma boa aula tem quer ser bem planejada.

Porque não cortar os gastos pela própria carne? Retire secretário, os exorbitantes gastos com diárias que este ano, seus superintendentes e diretores da SEDUC embolsaram sabe lá fazendo o que. O portal transparência não mente, talvez acompanhando os jogos escolares para fazer volume e bater palmas para vossa excelência.

Professores em regime de contrato. DEMERVAL SAVIANI, em seu livro, ESCOLA E DEMOCRACIA, página 91, faz um questionamento: Cabe, pois, indagar: educação e politica se equivalem, se identificam? Se forem diferentes em que consiste essa diferença? Então meus caros, se manifestem, mostre a sua indignação, a sangria que está a nossa educação estadual! Não tenham medo, vivemos um novo momento politico no estado e se faz necessário mostrar aos nossos governantes, o que de fato acontece na educação estadual.

Comentários (0)