Denúncias em veículos de comunicação nacionais têm o poder de virar do avesso qualquer governo, empresa ou instituição que esteja no foco delas. Com governos é pior, por que afeta e joga na instabilidade milhares de famílias daqueles que dependem direta ou indiretamente da máquina pública. A instabilidade de um governo ou governante afeta não só o funcionalismo. No Tocantins, que tem uma economia ainda dependente, afeta fornecedores e o comércio em geral.
E a quem interessa que o governo caia, que uma nova eleição ocorra e que tudo mude um ano e meio antes do prazo? Posso dizer sem medo de errar, que a bem poucos. Os que querem a volta da União do Tocantins sem passar pelas urnas, torcem, é claro pelo julgamento do Rced, com resultado favorável à posse do ex-governador. Mas já se sabe que embora esta chance exista, ela não é maior que a de uma nova eleição. Direta, ou indireta.
Por onde ando, o que tenho visto são servidores públicos ansiosos cada vez que uma "bomba" é lançada sobre o governo Marcelo Miranda, venha ela da oposição, ou da falta de competência de setores da administração. Não ouvi ninguém defendendo a corrupção, nem a impunidade. O cidadão comum, que vive de salário e paga suas contas, não entende e nem perdoa farra com dinheiro público. Mas, como garante o bom direito, ninguém é culpado até que se prove o contrário e a presunção de inocência, assim como o amplo direito à defesa devem estar garantidos num estado de direito.
Em Palmas, cuja liquidez do comércio também depende muito da gestão equilibrada das contas da prefeitura municipal, a semana foi boa para desanuviar um pouco as preocupações. O prefeito Raul Filho fez uma comemoração de aniversário modesta e sem grandes gastos. Trouxe uma banda nacional e abriu o espaço para os cantores regionais. Promoveu desfile cívico, e há de se destacar, o resgate da cidadania tem sido um ponto importante de sua gestão.
A semana que terminou ontem, fechou com um episódio tosco, que ganhou notoriedade por se tratar de um debate ácido entre um secretário de Estado e uma senadora da República. Os desdobramentos desta situação ninguém pode prever. O que eu ouvi de gente do governo é que, habituado a oratória do parlamento, Paulo Mourão tem exagerado na agressividade de seus discursos. Foi assim quando gratuitamente ofendeu o ex-governador Siqueira Campos ao se referir a ele de forma pejorativa usando a idade, em sua solenidade de posse (disse que ia pedir licença ao Estatuto do Idoso para dar "uma taca nele" em 2010). Exagerado e desnecessário.
A chegada de Paulo Mourão ao governo, com toda sua história e trajetória, foi saudada pelos governistas como um sinal de fortalecimento. Ex-deputado federal e ex-prefeito, sua presença viria cobrir o vácuo deixado por Dorival Roriz no governo. Mas tomar o microfone no fim de uma solenidade, falando depois do governador, para atacar uma senadora - com o peso político e influência que tem Kátia da forma como testemunhas relatam - só serviu para constranger Marcelo.
Na semana que começa hoje para o governo em Xambioá, e para nós, simples mortais em qualquer canto deste Tocantins, a gente torce por notícias boas. Afinal o que interessa para o cidadão (além do aumento da passagem que vigora desde ontem na Capital) é o que a classe política vai trazer de bom e de prático para nossas vidas. Coisas como trabalho, salário, saúde, segurança, educação. Problemas básicos do dia a dia, cuja solução faz toda diferença.
Comentários (0)