Uma entrevista reveladora foi concedida pelo secretário de Juventude do Estado, Joaquim Júnior, ao meu programa, o “Na Ponta da Língua” na semana passada, sobre a realidade dramática vivida pela pasta. Na Sejuv estão os programas de transferência de renda para adolescentes e jovens, seja no treinamento para o mercado de trabalho, ou no repasse de recursos por exemplo, para o Bolsa Universitária.
O secretário não fugiu da raia. O orçamento está reduzido a pouco mais de R$ 800 mil até o final do ano. O custo mensal dos programas supera a capacidade orçamentária. E a dívida é imensa. Traduzindo para o bom português: nem ajustando as contas, a Sejuv conseguirá fechar o ano cumprindo a lei de responsabilidade fiscal, e pagando os milhares de jovens espalhados pelos 139 municípios do Tocantins.
Desafio grande
A expectativa do secretário é que o socorro buscado pelo governador Carlos Gaguim através de empréstimos para fazer frente aos compromissos chegue rápido. Com a folha de pagamento da maioria dos programas atrasada, o secretário tem um duplo desafio pela frente: zerar o passado, e programar-se para cumprir as políticas públicas de juventude no próximo ano, dentro de uma realidade factível.
“Seja R$ 75 ou R$ 100 reais que este jovem receba como incentivo nestes programas, é importante que ele efetivamente possa contar com isto”, me disse o secretário, que tem a experiência de ter comandado a pasta, no âmbito do município, em Paraíso. A questão é que em todas as entrevistas concedidas antes do término do governo Marcelo Miranda, as informações do então secretário Ricardo Ayres eram de que a execução orçamentária estava ocorrendo dentro do previsto.
Mesmo com a queda da arrecadação, não se justifica um buraco tão grande nas contas da Juventude. Este dinheiro faz falta lá na ponta, onde está o jovem, lutando no interior do Tocantins para se capacitar, para estudar, para sobreviver. Para esses milhares de jovens tocantinenses, é preciso uma explicação e uma solução. Antes que o ano termine.
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