A expulsão do deputado Manoel Queiroz do PT, às vésperas do final do prazo de novas filiações para os que querem concorrer a cargos eletivos no próximo anoprovocou uma redução na representatividade do partido na Assembléia e abriu uma crise entre a direção regional do partido, e sua maior estrela – em ascensão no Estado – o prefeito Raul Filho.
Os acontecimentos referentes à postura de Queiroz, seja no apoio ao governo Miranda na Assembléia, seja no episódio das eleições em Ananás, haviam ficado para trás. Pelo menos este é o entendimento do grupo mais “ligth” do partido. Não para a tendência que controla a regional do partido, representada pelo presidente Donizete Nogueira.
A notícia da expulsão, num momento atípico, e segundo Raul “sem um motivo plausível” para que isso ocorra, foi classificada pelo prefeito como uma “sentença de morte” a um homem público que ficou “desnorteado”, sem saber que decisão tomar para dar andamento a sua vida pública.
Cancelando compromissos
Mais do que aborrecido com a decisão do PT em expulsar Queiroz, Raul se confessou “adoecido”, com o episódio. O impacto da notícia sobre o prefeito foi tamanho que Raul cancelou sua agenda em Brasília na segunda. Nela, estava a presença na posse de um grande amigo seu, agora nomeado ministro do governo Lula, Padilha. Estava também prevista a reunião com a ministra Dilma.
Falando sem meias palavras sobre o assunto no rádio, na noite de terça, Raul citou uma frase da deputada Solange ontem na Assembléia: “O PT mudou o Brasil, mas o Brasil também mudou o PT”.
É verdade. Para que Lula fosse presidente, muitas mudanças foram necessárias na postura do partido. E depois de eleito, Lula pode levar o país às transformações e crescimento sociais, além do viés econômico dos gestores que o antecederam.
Para eleger Raul governador, o PT precisará ficar mais flexível. Precisará tolerar melhor também as diferenças, e superar os embates pessoais na hora das decisões maiores. Isso não sou eu quem está dizendo. Este é o sentimento do grupo do prefeito, que ele deixou manifesto claramente ontem nas ondas do rádio.
O resultado da decisão de domingo foi a exposição pública das diferenças de pensamento entre o líder maior da sigla no Tocantins e a direção regional do partido. Mais do que isso, na prática, a bancada do PT na Assembléia foi reduzida em 50%. “Depois do DEM, quem mais perdeu neste processo político recente no Tocantins, foi o PT”, disse Raul. E ninguém pode dizer o contrário.
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