Conforme antecipado aqui, há alguns dias, o prazo para investigação no judiciário tocantinense, estourada com a Operação Maet em dezembro passado foi insuficiente para que todas as evidências de participação em ilícitos fossem averiguadas. E também para que os novos fatos surgidos dos depoimentos colhidos pudessem ser checados.
A própria Polícia Federal havia pedido dilação do prazo para investigar, embora tenha encontrado elementos suficientes no inquérito contra Liberato Costa Póvoa e Carlos Souza. A prorrogação, no entanto, tem duas possíveis interpretações: não há elementos suficientes também para afastamento definitivo dos desembargadores; não há segurança completa para deixar que retomem suas funções.
O surgimento do nome de Amado Cilton Rosa já era esperado diante das informações que vem vazando desta investigação já há alguns meses. Quanto mais compreendo os bastidores do judiciário, mais percebo que há ali uma guerra silenciosa enorme. Por detrás das palavras gentis e polidas circulam muitos interesses, e grandes inimizades. Política classista.
O fato é que, conforme fontes ouvidas pelo Site Roberta Tum, o novelo pode ser desenrolado nos próximos meses com outros nomes, e outros fatos. Fala-se em outro desembargador, e em juízes caindo na teia das interceptações telefônicas e cruzamento de dados. É o tipo da coisa que desanima qualquer cidadão com fé inabalável na justiça.
Para mim, o maior efeito deste arrastar de investigações que não são concluídas, é este: o abalo na confiança que a sociedade ainda tem no Judiciário. Comentando sobre este desânimo com um amigo dia destes ouvi dele: “é doloroso, mas é uma limpeza necessária”.
É verdade. A cada operação, Maet, Inconfidente, e quantas mais surjam ainda, vai surgindo o joio no meio do trigo. Como é urgente separá-lo. Tomara não faltem recursos pessoais nem financeiros para que a PF conclua sua parte e os tribunais superiores façam sua avaliação destes fatos.
Sim, por que se houverem inocentes entre os acusados - e manda a prudência supor que eles existam – o que sobrará de suas vidas depois de uma devassa dessas? Bem pouco, creio eu.
A justiça, esse bem tão caro, e às vezes raro, deve ser mesmo para todos. É nisto que a gente quer seguir acreditando.
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