As eleições de 2012 na capital Palmas promete ser bem disputadas com vários candidatos. Neste texto quero fazer algumas reflexões sobre alguns candidatos que estão com seus nomes na boca do povo.
O PV – Partido Verde tem como candidato o deputado estadual Marcelo Lélis, que as pesquisas internas dos diversos grupos políticos apontam o deputado liderando a preferência do eleitorado palmense. Lembro que no mesmo período nas eleições de 2008, a então deputada federal Nilmar Ruiz liderava todas as pesquisas de intenções de votos, mas acabou sendo derrotada. Um sinal de alerta para o deputado Marcelo Lélis, que disparar na frente nem sempre é a melhor opção, uma vez que ao chegar à efervescência da campanha, o candidato não tem mais para onde crescer, daí a possibilidade da queda.
Outro agravante é que o seu discurso mudou na assembleia, é governo, enfrenta um dilema, defende ou então se cala? Questões como as demissões, terceirização, Unitins, concurso público sempre foram pratos cheios para manter o deputado na mídia quando este era oposição, mas e agora? Este seu posicionamento pode refletir no meio do seu eleitorado? E mais, Marcelo Lélis, nem o seu partido em nível nacional tem expressão e condições para financiar uma campanha na capital, necessitaria do apoio da máquina estadual, algo que ainda não pode ser afirmado nem pelo candidato, muito menos pelo governo porque falta estabelecer uma base de confiança mútua entre ambos, já que em um passado, não tão distante assim, Lélis navegou e usufruiu ao compor com o grupo que também ocupava o governo. E quer mais, para quem está no Tocantins há um tempo e entende as manhas da política local sabe: com o grupo Siqueira Campos quem tudo tem, nem tudo pode, ou seja, a vantagem de Lélis pode estar trabalhando contra ele.
Neste mesmo grupo, Eduardo Gomes, no inicio de sua carreira sofreu uma crise de credibilidade financeira, pessoal e política, mas que depois de muita ginástica de marketing em curto espaço de tempo, conseguiu desmistificar esta fama e construir uma independência política como poucos já conseguiram neste Estado. O PSDB pode facilitar a pavimentação de sua candidatura rumo a prefeitura de Palmas, porque ele é referência nacional do partido, participa institucionalmente e ativamente das grandes decisões do partido e da Câmara Federal. Bagagem pra nenhum patrocinador de campanha botar defeito. Porém no grupo siqueirista tem outra máxima: aquele que tenta tomar o que o grupo tem, o Siqueira toma aquilo que ele pode. Então vale lembrar que também em um passado, já disse, não muito distante, Eduardo Gomes tentou assumir o comando do PSDB no Tocantins. Siqueira já digeriu? Alguns amigos de ambos os lados dizem que sim, mas Eduardo Gomes não conseguiu ser candidato a senador da chapa, mesmo sendo bem avaliado pelas pesquisas na campanha passada.
O prefeito Raul Filho, que por vários problemas políticos e administrativos, vem sofrendo um desgaste considerável. Mas já vimos este filme antes, e Raul acha que o final também será feliz, tanto que já apoia, não só um candidato, mas três: Edna Agnolin do PDT, Wanderley Barbosa e o reitor Alan Barbieiro, ambos do PSB, executando até agenda de reuniões politicas. No PSB, Alan Barbieiro tem uma certa vantagem por atingir um eleitor diferenciado, o formador de opinião, que é difícil sair as ruas, mas quando sai causa estrago no adversário, pode influenciar pessoas.
A vice-prefeita Edna Agnolin na lógica, pode acabar conquistando essa preferência dentro do grupo, por questões práticas: primeiro houve um compromisso em 2008; segundo criou pólo de confecções que é um sucesso, aquece a economia e fortalece seu nome no meio empresarial; terceiro é uma mulher arrojada, está com uma vontade danada de trabalhar por Palmas, vive o seu melhor momento político e de quebra tem o apoio do seu partido em nível nacional, o PDT. E Edna já vem trabalhando em um problema que urge ser solucionado, que é a credibilidade junto a elite produtiva da capital, que não quer novamente ver seus destinos comandados por alguém passional e intempestivo, a exemplo do ex-governador gaguim. A bem da verdade, ela vem se mostrando competente em suas ações e equilibrada em suas articulações. É um avanço.
E por fim o meu PMDB, este está num processo de reestruturação, saiu desgastado nas eleições de 2008, parte apoiando Nilmar e parte Raul Filho elegendo apenas um vereador. Em 2010, não muito diferente, tirando o excelente desempenho dos estaduais, perde para governador, elege só um federal, e não sustentou no cargo seu senador. Mas é um partido senão forte pelo menos grande, já que comandou o governo estadual por 12 anos, contando os 4 do ex-governador Avelino.
Aparando estas arestas, vem as escolhas dos candidatos a prefeitos, dentre eles o da capital palmas, que tem como pretendente o deputado estadual e pastor Ely Borges, um político ficha limpa! mas é uma pedra no sapato de outros pretendentes dentro do partido, já que no diretório metropolitano, quem não é seu irmão de sangue é seu irmão de fé. É fato que Ely, ainda não se desvinculou de sua segmentação profunda com o eleitorado evangélico. Eleitorado que em Palmas é muito forte e decisivo em qualquer eleição, mas a pergunta é: será que sua força é tamanha a ponto de eleger um candidato a prefeito? Outros nomes despontam dentro do partido, como é o caso da ex-primeira dama Dulce Miranda, que pode utilizar o prestígio político do marido, principalmente com o martírio que Marcelo vem sofrendo tornando-o ainda mais humano, moderno e democrático.
Porém, Dulce tem que tirar do seu caminho o mesmo empecilho que não permitiu a sua candidatura para senadora, seja lá qual foi. Gaguim finge e brada que não pretende, mas já voltou ao seu antigo lugar de papagaio de pirata. Não perde uma única reunião, sendo bem-vindo ou não, e já está fazendo ponto no Parque cesamar, supermercados, e afins. Mais um problema para Júnior Coimbra. Mas a pergunta que não quer calar no meio dos modebas, seja eles históricos ou oxigenados é a seguinte: o PMDB vem unido e com a sua força total? Ou vem capenga como nas últimas eleições? Se vier unido é o favorito, se vier capenga pode preparar o caixão.
Luciano Coelho de Oliveira é Pedagogo orientador Educacional na Escola Antônio Carlos Jobim – Palmas – Tocantins
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