Supremo deve julgar hoje Adin que questiona indiretas

O Supremo Tribunal Federal deve incluir em sua pauta na sessão desta quarta-feira, 7 de outubro, o julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade movida pelo PSDB questionando as eleições indiretas no Tocantins como forma de escolha do governador...

O imbróglio jurídico que tomou conta do Tocantins com a cassação do governador Marcelo Miranda em junho último, com sua destituição efetiva do cargo no dia 9 do mês passado pode estar perto de acabar. A Assembléia Legislativa marcou eleições indiretas para amanhã, quinta-feira, 8. Nos últimos preparativos para uma eleição que já tem a vitória do governador interino propagada por seus aliados, está a etapa desta manhã na Casa, em que os candidatos a governador devem apresentar seus planos de governo e serem ouvidos pelos deputados.

Na tarde de ontem o Site Roberta Tum procurou ouvir os dois candidatos de pequenos partidos, e que sem nenhum representante na Casa, colocaram seus nomes. Com o celular na caixa de mensagens, segundo informações, o prof. Adail Carvalho (PSDC)passou a tarde na Assembléia Legislativa, onde se reuniu com o presidente interino Júnior Coimbra.

De um lado os comentários nos bastidores é de que tanto Adail quanto Joaquim Rocha participam do pleito para dar-lhe legitimidade, respaldando o governador Gaguim. De outro, corre a versão de que os dois colocaram seus nomes para participar do processo e que estariam recebendo pressões ou promessas de vantagens por parte da oposição para desistir , esvaziando o processo eleitoral.

Entrevistado pelo Site RT na tarde de ontem, o ex-vereador da Capital, Joaquim Rocha defendeu que a participação sua e do PHS é boa para dar visibilidade ao partido, pequeno e ainda desconhecido no Tocantins. Disse também que sua participação ajuda a legitimar o pleito, e que não tem esperanças de receber votos na Assembléia.

Siqueira tenta Diretas

Em meio a todo o processo intrincado que cercou a convenção do PMDB, o racha no DEM, e as manchetes nacionais envolvendo a sucessão atípica no Tocantins, o ex-governador Siqueira Campos tenta, mais uma vez, restabelecer seu direito de concorrer ao cargo numa eleição Direta.

A Adin que o Supremo pode apreciar hoje em sua pauta argumenta que Siqueira foi prejudicado pela lentidão do processo no TSE. O sumiço de um dos volumes do Rced 698, e outras razões são alegadas para concluir que o atraso foi danoso à parte que recorreu aos tribunais superiores para garantir um direito que entendeu ter sido ferido lá atrás em 2006.

Siqueira tem suas razões. Afinal, se o julgamento do Rced tivesse ocorrido no primeiro biênio do mandato as eleições seriam diretas. E o primeiro biênio terminou em dezembro passado. Se o Supremo assim entender, as eleições ainda podem ser diretas, e muda tudo de novo no já sofrido Tocantins, que assiste aos últimos acontecimentos sem muitas manifestações da sociedade organizada.

Depois do fim, outro começo

Caso dê tudo certo, e as eleições indiretas aconteçam amanhã para referendar Gaguim, ainda resta o DEM da senadora Kátia Abreu, e sua decisão de buscar a justiça para impugnar a candidatura do presidente da Assembléia. Se fracassada a tentativa de impugnação, o presidente do partido no Estado, deputado Oliveira, já fala em novo Rced.

É o que aconteceu no Maranhão, com a governadora Roseana Sarney, que assumiu no lugar de Jackson Lago. Seu processo aguarda na fila, para entrar em pauta no TSE, assim como o do governador Marcelo Deda.

Neste final de semana o Tocantins deve vencer mais uma etapa nesta imensa novela, cheia de lances inéditos e golpes de sorte onde está se escrevendo uma etapa importante da história do Estado. Mais do que privilegiados expectadores, somos todos personagens dela. Ainda que sem poder votar.

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