A Polícia Federal tem sido criteriosa na investigação da Operação Maet. Depois do vazamento inicial de informações, textos de relatórios internos e cópias de depoimentos, a instituição se fechou em copas num silêncio ainda mais profundo que o de antes.
As críticas quanto a demora nas investigações se deve ao fato de que o afastamento de três desembargadores, acrescido de um quarto nome, foi renovado. E ainda não vieram a público provas robustas que incriminem todos os afastados. Apenas evidências. Algumas fortes demais, a ponto de mostrar que o caminho da aposentadoria é sem volta para pelo menos dois deles: aqueles cujos dados, números, e provas são irrefutáveis.
É por isto que ao fazer uma análise destes meses que sucederam o fatídico dezembro do ano passado, é possível dizer sem medo de errar: as investigações estão muito próximas de alguns e ainda insuficientes de provas contra outros.
No caso dos documentos aos quais o Site Roberta Tum teve acesso, há muitas evidências, ligações telefônicas gravadas, que apontam para comportamentos que denunciam atividades ilícitas. Mas boa parte deles carece da confissão de culpa dos intermediários. Aqueles que falavam com os clientes (ou seus advogados) para se propor ao papel de facilitador. Estes são os que precisam escolher entre ajudar a justiça, ou guardar o segredo sobre estas atividades até onde a celeridade e eficiência das investigações permitirem.
Caixa de Pandora pode atingir outros
Uma coisa é certa: a Operação Maet abriu a “caixa de pandora”. Outras sentenças, coisas que andaram esquecidas por anos, correm o risco de voltar à tona. Ações que envolveram interesses de grandes empresas. Coisas que correm nas rodinhas de advogados e jornalistas e que uma hora ou outra, vão terminar aparecendo nos depoimentos feitos à PF.
A espada da justiça pende sob a cabeça de magistrados como nunca antes se viu neste ainda tão novo Tocantins. Perto demais de uns, que não escaparão de ser feridos de morte em suas carreiras. Ainda longe de outros dos quais pode se aproximar a qualquer momento, num jogo de esconde e revela que tem muito ainda a se desvendar.
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