Quem está acompanhando a movimentação política – intensa - de bastidores em torno da disputa pela prefeitura de Palmas sabe que está faltando um personagem em campo neste jogo: o PMDB.
Não que o partido que comandou o governo através de Marcelo Miranda, e deu as cartas nos últimos processos eleitorais do alto do terceiro andar do Palácio Araguaia vá ser o centro das atenções. Mas o vazio que toma conta da legenda, que tem dois ex-governadores, um deputado federal e seis estaduais é grande. Embora Sandoval possa estar de malas prontas para o PSD.
O que se espera de um partido grande que perde uma eleição e sai do topo para a planície é que faça oposição, se articule, reocupe espaços, se reinvente, corrija os erros e apresente uma alternativa. Ou será que é muito esperar isto do PMDB, que tem o vice-presidente da República e um histórico de sobrevivência em meio a adversidades? Não sei, mas parece que sim.
Faço esta análise por que o PMDB parece ter perdido o bonde e a esperança: volta para casa, como diria o poeta.
É um partido que não se enxerga no espelho de suas crises. Vejam só o quadro atual: Marcelo Miranda, que é o líder natural, não assume o protagonismo de comandar o jogo na capital. Talvez ainda escaldado com a eleição ganha nas urnas e perdida na justiça. E há um agravante: volta e meia alguém lembra o nome de sua mulher, Dulce Miranda para a disputa na capital. O que pode gerar controvérsias caso ele esteja no comando.
Carlos Gaguim tem seus adeptos, mas não agrega todas as partes deste PMDB complexo e desde sempre pouco unido.
Júnior Coimbra tem dois pepinos para descascar ao mesmo tempo: a consolidação de seu comando no Estado, e a rebarba que sobrou da campanha, com pendências na justiça.
Quem são os quadros do PMDB?
Na hora da crise, é que os partidos se reinventam, mostra a história. Talvez está seja a hora do PMDB se olhar no espelho e se perguntar: quem são seus quadros na capital? Qual a sua proposta de administração para Palmas?
Ninguém ignora a vontade do pastor Eli Borges em pleitear a prefeitura. Mas o partido não demonstra ter a mínima condição, estrutura, ou paixão para inflamar a multidão rumo a uma tentativa de vitória na prefeitura de Palmas.
E que caminho resta ao PMDB para buscar se reerguer? O cenário aponta para Raul. O prefeito petista, que ocupa o Paço Municipal é quem tem as condições de reunir em torno de si os partidos que não estão na base do governo. Ou que queiram apresentar uma alternativa aos nomes do governo.
A base Siqueirista já está nas ruas se alimentando das insatisfações acumuladas pelos furos da gestão petista desde que Marcelo Lélis perdeu a eleição, com uma votação histórica em 2008, enfrentando duas máquinas: a estadual e a municipal. Dentro dela, ele é o nome que corre na frente, mas enfrenta a existência e insistência de outros pré-candidatos (Luana Ribeiro, Kátia Abreu, a própria Nilmar).
É uma chama forte a que alimenta o grupo que elegeu o governador a buscar o comando do Paço Municipal. Fora a expectativa de ver Palmas governada em parceria com o governo, coisa que foi extremamente positiva na história da cidade, entre as gestões de Odir e Nilmar.
Coadjuvante no processo, o PMDB já é. A inércia o está colocando atrás de partidos menores, que se agigantaram nos últimos meses, como o PDT da incansável Edna Agnolin, ou o PSB de Wanderlei e Alan Barbiero.
Está traçado enigma para o partido que apeou do poder há pouco tempo, tem seus líderes, sua história e seu charme. Mas que está absolutamente acéfalo na definição de seus rumos na capital.
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