Segundo as estatísticas, uma média de 14 acidentes por dia aconteceu no Estado do Tocantins, em 2010. Em Palmas, de acordo com estudo realizado pela Polícia Técnico-Científica, 1.296 acidentes de trânsito foram registrados no mesmo ano. Destes, 941 envolviam motocicletas e dos 1.296 muitos tiveram desfecho fatal. A pior conseqüência é a dor que fica para as famílias que perdem os seus entes queridos. Muitas se desestruturam.
A velocidade excessiva, a direção sob efeito de álcool e o desrespeito a faixa de pedestre estão entre as principais causas de acidentes. Mas também podem ser citados os motoristas e motociclistas despreparados. Muitos nem tem habilitação para dirigir. São meros condutores. Apesar de todas as campanhas de alerta e respeito à vida que vem sendo desenvolvidas pelo Detran e Denatran, ao longo dos anos, muitas pessoas ainda tratam a vida humana com descaso.
A convivência no trânsito precisa ser revista, repensada e inserida de forma natural no dia-a-dia de cada pessoa. Ninguém está livre. A qualquer momento, qualquer um pode ser a próxima vítima! Daí a necessidade urgente de um trabalho conjunto e permanente que envolva sociedade, autoridades públicas e órgãos de trânsito. As causas para o crescimento dos números de acidentes são muitas, mas nada justifica o “abate humano” que vem ocorrendo nas estradas, mundo a fora! No País, aproximadamente 40 mil pessoas morrem por ano em razão dos acidentes ocorridos no trânsito, o que coloca o Brasil entre os dez países com as mais altas taxas de fatalidade.
As normas da boa convivência no trânsito são lições que devem ser aprendidas na infância e praticadas por toda vida. É preciso respeitar o pedestre, a faixa, o meio ambiente e os demais condutores que, a todo o momento, circulam nas vias públicas. É necessária, principalmente, a conscientização de que cada um precisa fazer sua parte. O respeito pela vida e pelo próximo são práticas tão importantes quanto o respeito por si mesmo.
Uma boa sugestão, talvez, seria aderir a ideia de trazer para dentro da sala de aula, desde cedo, o trânsito como matéria da grade curricular. Porque é na criança que o cérebro tem maiores condições de absorver o aprendizado. E é a educação infantil a “matéria prima” base de transformação do futuro do Brasil e do mundo, não apenas no que diz respeito ao trânsito, como também, nos demais segmentos da vida. Trabalhar na criança a importância do cumprimento às leis, o respeito à vida e as pessoas, no trânsito, é um investimento que irá retornar num futuro próximo, no mínimo, uma geração de condutores mais preparados, educados e conscientes.
Sheila Hermínio
Jornalista e Designer Gráfico
Contato: sheilaherminio.jornalista@gmail.com
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