Um dia de glória para a PM, uma grande vitória para Marcelo

Numa noite em que militares de todas as patentes comemoram em Palmas e por todo Tocantins um acordo que vai colocar na receita de suas famílias indenizações médias de R$ 30 mil, R$ 50 mil, R$ 70 mil e algumas superiores a R$ 100 mil reais, chega ao f...

Diz o ditado que existe o dia da caça, e o dia do caçador. Pois nessa terça-feira, 5, pouco depois das oito da noite chegou o dia e a hora do governador Marcelo Miranda colocar fim a um dos problemas que mais alimentaram o discurso da oposição e as manchetes negativas contra o seu governo nos últimos dois anos. O governador peemedebista entra para a história como o homem que colocou fim ao problema da dívida do Estado com os militares. Não é pouca coisa para uma corporação que já viveu dias de aquartelamento, se lembrar.

A verdade é que as indenizações devidas à Polícia Militar não foram produzidas neste governo. A briga é antiga, como bem lembrou o Sargento Aragão: 15 anos, dez meses e cinco dias. Um longo caminho de sofrimento nos tribunais, espera por cálculos e uma proposta com condições de se paga.

O governo cumpriu seu papel institucional e legal de recorrer nos tribunais, esgotando todos os argumentos para evitar qualquer julgamento por improbidade. Reconhecida a dívida pelo judiciário, os sinais de disposição para pagar vieram no orçamento para este ano, que já incluía R$ 10 milhões para início da quitação da dívida.

A conta das seis primeiras parcelas vai ficar em torno de um milhão e meio acima disto. Mas como bem disse o secretário de Planejamento, José Augusto Pires Paula, há mais R$ 600 mil disponíveis no Corpo de Bombeiros, e faltará pouco para ajustar, a fim de cumprir o pagamento das parcelas devidas para este ano.

Mais do que resolver um sério problema administrativo, Marcelo Miranda encerrou uma crise política. Quatro associações envolvidas na disputa assinaram o acordo. O que mais atrapalhou, como era de se esperar, foi a grande expectativa criada entre os militares em torno de valores muito altos. Mas a maioria entendeu que melhor R$ 183 milhões no bolso, do que R$ 204 milhões voando.

Nisto vale destacar a capacidade de diálogo da equipe composta pelo Secretário Chefe do Gabinete do governador, Luiz Antonio, da Secretária Chefe da Casa Civil, Meire Marques, do Procurador Geral do Estado, Hércules Ribeiro, do secretário de Planejamento, José Augusto Pires Paula, e do Comandante da PM, Coronel Albuquerque, que enfrentou dias difíceis com uma tropa ansiosa por ter acesso a este dinheiro.

 A luta mais árdua, no entanto, foi das dezenas que é impossível nominar. Homens que sempre acreditaram no sonho, como bem colocou Aragão. Um sonho e uma luta que duraram mais de 15 anos. Luta que chegou ao fim, e sonho que se tornou realidade ao encontrar pelo caminho um governador disposto a negociar com responsabilidade, dentro do que sabia ser capaz de pagar sem comprometer a capacidade financeira do governo.

O otimismo ao enfrentar problemas, desta vez foi recompensado. “Eu sempre me senti bem dentro da PM. Sempre fui muito bem tratado. E nunca tive dúvidas de que chegaríamos a um acordo”, disse ele na entrevista coletiva. Outras batalhas ainda virão para o governo Marcelo Miranda. Mas por hoje, o homem dorme tranqüilo, e com toda razão. Ele acaba de fazer a alegria de mais de 3 mil famílias tocantinenses.

 

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