Cheguei às 8 horas da manhã numa das unidades do Sarah em Brasília. Era a minha vez de acompanhar minha mãe que já se encontrava internada ali há alguns dias.
Assim como vários prédios de Brasília, a arquitetura deslumbra logo na entrada. Concreto puro. Diferente da maioria dos hospitais que conheço, o verde toma conta da outra metade do prédio. São jardins exuberantes.
Bom, mas afinal, o que é essa maravilha toda...
A rede Sarah é composta por nove unidade cuja especialidade principal é a reabilitação. Uma das grandes referências em saúde pública do Brasil. A prova viva de que, querendo, existe solução.
A Associação das Pioneiras Sociais (APS) - entidade de serviço social autônomo, de direito privado e sem fins lucrativos - é a Instituição gestora da Rede SARAH de Hospitais de Reabilitação.
A Associação, criada pela Lei nº 8.246, de 22 de outubro de 1991, tem como objetivo retornar o imposto pago por qualquer cidadão, prestando-lhe assistência médica qualificada e gratuita, formando e qualificando profissionais de saúde, desenvolvendo pesquisa científica e gerando tecnologia. É primeira Instituição pública não-estatal brasileira.
A APS administra a Rede SARAH por meio de um Contrato de Gestão, firmado em 1991 com a União Federal, que explicita os objetivos, as metas e os prazos a serem cumpridos. È fiscalizada pelo Tribunal de Contas da União e seus funcionários são celetistas, apesar de se submeterem a processo seletivo rigoroso.
Médicos, enfermeiros e auxiliares de enfermagem são exclusivos do hospital. Não é permitido outro emprego. Dedicação total. O treinamento deles também chama a atenção. São obrigados a participarem de treinamentos e cursos e depois repassar aos outros. Faz parte das metas da instituição o aperfeiçoamento do corpo clínico.
A entrada no prédio é altamente fiscalizada. Um acompanhante apenas, nada de bolsas, sacolas e um uniforme específico para quem vai ficar ali. Um conjunto de calça e blusa de cor nude com detalhes em laranja.
Visitantes e acompanhantes só transitam pelos elevadores.
O corpo de enfermagem também é dividido pelas cores do uniforme. Azul para auxiliares e branco para enfermeiros. Designe perfeitos para cada um. Extremo bom gosto!
Material descartável e um refeitório divino. O acompanhante também recebe alimentação. Nesse dia específico, meu prato era simplesmente um strogonoff acompanhado de arroz branco e batata cozida.
Saúde se faz com pessoas. Todos ali tratam o paciente num carinho e profissionalismo inacreditável. Cada um tem uma história, não são apenas leitos sendo usados.
A educação faz parte. Desde o ascensorista até o corpo médico. Um sorriso e atenção redobrada. E ninguém está pagando nada.é saúde pública!
Perguntei a uma enfermeira: Por que dá certo Ela respondeu: Gestão, aplicação correta de recursos e seriedade.
Minha mãe teria alta no dia seguinte. Além da expectativa quanto à sua saúde sai dali, às 18:00 com a sensação de que saúde pública de qualidade no Brasil pode existir. Ao passar por aqueles corredores enormes, senti muito mais do que esperança. Senti orgulho do meu país!
Comentários (0)