Raul resolveu desafiar uma recomendação do Ministério das Cidades, do governo Lula, do qual faz parte e chamar para si uma responsabilidade grande: fazer a pavimentação de três quadras este ano, e o restante das previstas com recursos do PAC, ano que vem. Via administração direta.
O Ministério das Cidades fez uma recomendação baseada em análise da Corregedoria Geral da União que encontrou indícios de irregularidades nos processos licitatórios destas obras. Os recursos foram bloqueados, e há um ano a comunidade espera que a situação se resolva. A área jurídica da prefeitura discorda da CGU e diz que tudo foi feito dentro da lei.
Passado o período eleitoral e iniciada uma nova gestão, o prefeito faz uma escolha corajosa, num momento difícil: a crise que se abate sobre a economia nacional, com reflexos em Palmas, uma cidade que depende do poder público para sobreviver.
Ao chamar para si a responsabilidade, Raul Filho abre mão de contratar empreiteiras para pavimentar a cidade. Se seguisse a recomendação, todo o processo licitatório, com prazos para eventuais recursos de quem perdesse comprometeria todo o período de estiagem que começa agora em abril.
Decidindo fazer a drenagem e pavimentação por via direta, o prefeito abre a possibilidade de contratação temporária de pessoal, levanta novas vagas no mercado de trabalho e injeta R$ 55 milhões na economia palmense no prazo de um ano.
Tenho certeza de quem muita gente não gostou. Principalmente quem esperava – quem sabe? - ganhar estas novas licitações e executar estas obras. Mas o povo, tenho certeza, não tem do que reclamar. Pelo menos por enquanto.
É lógico que as obras deverão receber acompanhamento dos órgãos fiscalizadores, e sua qualidade deve ser garantida, afinal são recursos públicos investidos em larga escala.
O momento me lembra outro, quando o então prefeito Eduardo Siqueira Campos, lançou como alternativa de emprego, a “empreiteira orelha seca”, nos idos de 1995. Na época foi bom para a economia da cidade, mesmo que a prefeitura tenha sofrido conseqüências por conta das questões trabalhistas, coisa que pode ser evitada com alguns cuidados desta vez.
O que me parece é que a notícia anunciada por Raul é boa para a maioria: comerciantes, trabalhadores, moradores das quadras beneficiadas diretamente. Boa também para todos nós, já que quando há dinheiro circulando na praça, os bons ventos sopram em todo lugar.
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