Uma rede para acolher quem precisa

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Como vai ser a vida na nossa cidade daqui há 20 anos? Onde cada um de nós vai estar e fazendo o quê? Será que teremos pessoas dormindo nas ruas, como as que vemos em Brasília e São Paulo? Adolescentes em bandos aterrorizando os turistas como em Salvador? O que cada cidadão e empresa pode fazer para impedir que problemas pontuais em Palmas cresçam a ponto de torná-la uma cidade mais dura e mais cruel com o ser humano do que ela já é?

Perguntas como estas me pegaram de surpresa ontem à noite, quinta-feira, 19, numa reunião de pessoas mais ou menos conhecidas, que aconteceu no auditório do Senac. Estavam lá uma centena de cidadãos e cidadãs palmenses discutindo uma boa idéia, nova em Palmas, mas que já ganhou espaço mundo a fora: a criação de uma rede social de proteção.

"Uma rede não é uma organização hierárquica. É a soma de vários fios, que unidos, acolhem", ensinou Fátima Roriz logo na abertura do encontro. Fátima já se tornou uma referência na discussão dos problemas sociais do Estado. Ela é um dos fios da rede que está começando a se formar em Palmas.

Estava também o cidadão Raul Filho, não o prefeito. "Esta última campanha me tocou de um jeito diferente com relação a estas questões sociais", relembrou. Para construir a rede, formada por empresas, profissionais, voluntários, o poder público municipal vai aportar recursos, mas não participará da gestão. "É importante que a sociedade tome conta disto, na formação do conselho que vai gerir a rede", argumentou.

Cléber Toledo, Maria Helena Brito Miranda, José Messias, Padre Rui, Darci Coelho e vários outros cidadãos e cidadãs que começaram a discutir a formação da rede, que Fátima Roriz chamou de "Rede Fraterna", estão ajudando a construí-la. No próximo dia 9 de março, às 20 horas no auditório do Senac, o estatuto será discutido e aprovado. Após criada, a rede terá um fundo, abastecido por quem se dispuser a contribuir. E com estes recursos pretende fazer a diferença.

De que forma? no resgate a crianças e adolescentes em estado de risco. Intervindo em situações de pobreza extrema e violência. Praticando solidariedade e fraternidade. Agindo, onde o poder público é lento ou tem regras que atrapalham sua ação. Uma ampla rede de pessoas está se formando para tirar as crianças de Palmas de um futuro sombrio. Sem conotação política ou religiosa.

Todos que se importam, e dispõe de tempo ou recursos para ajudar, estão convidados. Para que daqui há 20 anos, nossa Capital seja uma das mais solidárias do País. Sem violência contra idosos. Sem gente dormindo ao relento. Sem meninas se prostituindo para sobreviver. Sem gravidez na adolescência. Eu sou voluntária a integrar esta rede. E você?

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