Unimed em Palmas: a cada dia mais, um plano que o usuário paga e não consegue ter

Já não é de hoje que chegam à redação, reclamações de internautas sobre o péssimo atendimento que tem sido ofertado aos usuários da Unimed, pela empresa que administra o plano. Não estamos falando do PlanSaúde, onde estão os servidores públicos, cujo...

 Estamos falando é dos que pagam planos empresariais, individuais ou familiares à empresa esperando ter como contrapartida a prestação de serviços de Saúde tais como: consultas médicas, exames laboratoriais, exames de imagem, cirurgias de baixa, média e alta complexidades. Ou quando muito, um atendimento de urgência, ou emergência num final de semana.

Um filho com febre, um acidente doméstico, uma "virose"que não passa. Pois bem. Para nossa triste constatação e indignação, além dos que pagam menos - ou dos que diretamente nada pagam e aguardam o atendimento gratuito do SUS para seus problemas de saúde - chegamos ao cúmulo de todo e qualquer absurdo que é a falta do direito à assistência de Saúde pelos que mais pagam.

É o que está acontecendo em Palmas, e já não é de hoje, quando usuários da Unimed buscam agendar consultas com especialistas que seguidamente vêm abandonando o plano por motivos diversos, entre outros que buscam o SAU para atendimento de suas demandas especialmente à noite e nos finais de semana.

No último sábado nossa equipe foi fazer um plantão na unidade de atendimento da Unimed na capital, para ouvir e constatar o de sempre: muita gente esperando para ser atendida, poucos médicos de plantão e um problema em especial: a falta de pediatras em quantidade suficiente para atender a demanda.

A presença da equipe de reportagem incomodou, e nossa equipe foi instalada a se retirar e voltar mediante autorização dos diretores da Unimed para colher depoimentos e fazer imagens no local. Era o que faltava. Na semana anterior recebemos a denúncia no sábado, de que aquela noite até a manhã do domingo seguinte, não haveria pediatra no plantão.

Imaginem que ao caos da dificuldade em atendimento e encaminhamento na rede pública, chegou a hora e a vez do usuário que paga o plano particular (fora do serviço público, quero dizer) pagar para não receber pelo serviço prestado. Já sabedora de que a realidade desenhada nos emails e reclamações encaminhados têm sido esta, pedi que os órgãos de defesa do consumidor se manifestasse sobre o assunto.

A Defensoria Pública foi clara e rápida em afirmar que não atende ao público que pode pagar. Resumindo, Defensoria, só para atender os mais pobres, para assistir os completamente desassistidos. No Ministério Público, embora o promotor da área não estivesse a assessoria se adiantou a explicar que "achava"que a atuação do MPE se restringe a fiscalizar os serviços que são obrigação do Estado.

É uma curiosa interpretação. A quem devem recorrer então as centenas de usuários do plano que assistem ao contínuo descredenciamento de médicos sem deixar de pagar suas mensalidades rigorosamente em dia? E olha que não se trata de um ou outro caso, mas de inúmeros. O SAU tem se transformado com frequência em caso de polícia quando pais inconformados com a ausência de atendimento ou sua má qualidade chegam a denunciar a situação à polícia mesmo, acusando omissão de socorro.

Restou o Procon, que afirma não "agir de ofício", mas admite que pode ajudar. É uma situação inadmissível sob o ponto de vista do direito do consumidor o que está acontecendo atualmente com a prestação de serviços do maior plano de saúde particular em atividade na capital e no interior do Estado atualmente.

Quem mais paga, por fim, também não recebe adequadamente a prestação do serviço que contratou. Se diante de uma situação gritante assim, não houver autoridade constituída que possa defender os cidadãos expostos a tamanho desrespeito numa área tão sensível como é a Saúde, direito constitucionalmente garantido, então é porque chegamos de fato ao fim do caminho.

A falta de atendimento adequado no serviço público de saúde avilta o cidadão. A falta deste mesmo serviço a quem já paga duplamente por ele (paga na carga geral de impostos e paga novamente para usufruir de um plano de saúde) é duplamente revoltante.

Que cada um dos desrespeitados desta maneira seguidamente, erga sua voz na praça. Até que alguém os ouça. Nós erguemos aqui a nossa.

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