Para o Tocantins e para o tocantinense em geral, foi um ano de medidas duras e remédios amargos. Os bons dias prometidos por Siqueira Campos em campanha ainda não chegaram. Mas com fé, podem estar bem alí virando a esquina, nos dias melhores que virão em 2012.
E por que penso assim, o leitor pode se perguntar. Seria excesso de otimismo? Confiança no imponderável? De certa forma sim. Mas tenho motivos práticos e concretos para tanto, querem ver?
As promessas que ainda aguardam para ser cumpridas
Em 2011, a energia no Tocantins não baixou de preço. Era promessa do governador tomar esta medida como uma das primeiras dos seus primeiros dias de governo. Não aconteceu.
Siqueira criou aquele conselho para discutir uma maneira de baixar a tarifa. De concreto mesmo, nada aconteceu. Doze meses depois temos duas frentes de luta neste mesmo sentido: uma ação civil pública liderada pelo deputado Eli Borges, e uma série de ações do deputado federal César Hallum em Brasília, onde criou uma frente parlamentar movimentando-se com a ajuda do Ministério das Minas e Energia para mecher na fórmula de cálculo da tarifa. É a melhor esperança que temos de que esta conta um dia fique menor. Por que o Estado não vai abrir mão de receita, que seria, na prática, a única maneira de fazer baixar a fatura.
A gasolina também continua lá em cima. O álcool e até o diesel. Preços que baixaram temporariamente na rede do Dito no começo do ano, causando aquela confusão toda entre os empresários e depois voltando a subir. No Estado inteiro, os problemas nesta área de combustíveis continuam os mesmos. É outra área na qual o governo tem pouco poder de interferência.
A grosso modo, são estas as duas promessas que Siqueira ficou nos devendo para 2012. No mais as metas que pretende atingir no combate à fome, à mortalidade infantil, ao analfabetismo, são coisas que vêm com o tempo e cujo trabalho já iniciado deve começar a mostrar resultados nos próximo ano.
Medidas duras para recuperar o crédito e a governabilidade
Se fizermos uma retrospectiva dos fatos que marcaram o primeiro ano do quarto governo Siqueira, podemos dizer sem medo de errar que fora dias difíceis, de medidas duras e remédios amargos. Das exonerações dos mais de 20 mil comissionados, à suspensão de gastos compras, e o conta gotas imposto aos pagamentos de fornecedores ao longo do ano.
Para fazer justiça ao governo é preciso dizer que se não operou os dois milagres prometidos (baixar a luz e quebrar a incrível semelhança de preços dos combustíveis) operou outras medidas extremamente saneadoras do crédito do Tocantins com organismos internacionais.
O governo de fato não licitou a recuperação das estradas. Mas concluiu os principais trechos que se propôs a fazer. Falta muito, mas há de se considerar o estado precário em que se encontrava a malha viária na maioria das regiões. O extremo Sudeste lá por Aurora, Taguatinga e Combinado ainda espera recuperação. A mesma coisa acontece na região de Caseara. Uma agenda e tanto a ser cumprida nos próximos três anos de governo.
A Saúde que tanto critiquei na decisão da terceirização não tomou jeito. Por mais que cheguem releases e mais releases dizendo que a Pró-Saúde está batendo e superando metas. Não se vê resultado prático disto e o governo vai precisar se esforçar muito mais em 2012 para tirar a Saúde do topo da lista das reclamações dos tocantinenses sobre problemas a resolver.
Servidores públicos: a conta mais difícil de fechar
Os servidores públicos responderam talvez pelo capítulo mais desgastante que o governo viveu diante de tantas dívidas contraídas e não pagas (progressões, reajustes, parcelamento de indenizações). Era um passivo imenso de benefícios a renegociar, parcelar e pagar. O problema foi enfrentado á altura, mas dois desafios ficaram para 2012: diminuir o número de contratos especiais e realizar os concursos do Quadro Geral e da Segurança Pública (já que deixaram vencer o antigo, sem renovar a validade).
Visto tudo de longe, na distância dos doze meses que separam janeiro de dezembro é preciso dar um desconto, e grande para tudo que este governo não conseguiu fazer neste primeiro ano. Desde a crise política vivida pela eleição apertada, que não deu maioria ao grupo vencedor na Assembléia Legislativa ( e forçou um jogo de braço que começou com a eleição da Mesa Diretora da Assembléia e seguiu com a luta pela aprovação do orçamento 2011) até a crise pessoal da sofrida perda do menino Gabriel Siqueira Campos.
Não tenho a menor dúvida de que tanto Siqueira quanto seu filho Eduardo - notadamente o segundo cérebro do governo - fariam outro primeiro ano de gestão se não tivessem sido tão duramente atingidos pela fatalidade que tira qualquer homem ou mulher do prumo diante de uma tragédia pessoal.
Acostumada ao Siqueirão, muito mais que ao Siquerido desde a década de 90, quando cheguei ao Estado e passei a conviver com seus líderes políticos e governantes, posso dizer sem medo de errar: as qualidades do homem e do gestor Siqueira Campos ainda não foram vistas em sua grandeza neste quarto governo.
Por diversos fatores e problemas, o governo viveu um primeiro ano amarrado. Mas creio e o futuro há de mostrar, que dias melhores, mais amenos e de colheita dos esforços feitos neste 2011 ainda virão para o Tocantins.
Tomara que comecem a chegar daqui há alguns minutos. É o que desejo a Palmas e a cada uma das demais 138 cidades do Tocantins. Dias Melhores!
Um Feliz 2012 a todos!
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