Dia 3 de abril está chegando numa velocidade assustadora para quem tem que decidir seu destino. É o caso do prefeito Raul Filho (PT), de Palmas, que precisa se desincompatibilizar para concorrer ao governo. Embora não precise anunciar sua decisão nesta data, nos bastidores, o senador João Ribeiro é tido como certo de volta na União do Tocantins. Isto apesar de estar na base do presidente Lula, presidindo a bancada tocantinense no Congresso, onde também é o líder do PR.
O que eu ouvi de fonte fidedigna esta manhã é que nem tudo vai bem na Corte em torno da decisão - já sentida no Planalto – de que Ribeiro apoiará o ex-governador Siqueira Campos (PSDB), compondo com ele para o Senado. Semana passada, o ex-senador Eduardo Siqueira (PSDB)podia ser visto instalado na cadeira do chefe de gabinete de Ribeiro, fazendo suas ligações, completamente em casa.
O que Lula quer
Para os que se dizem “amigos do presidente Lula”, resta saber o que Lula quer, ou o que o PT precisa ter do Tocantins nesta eleição. A mesma fonte me confirma o que já se ouve nos bastidores: o PT quer senadores. Aliás, precisa deles. O próprio Raul Filho teria ouvido do ministro Padilha há cerca de dois meses um apelo neste sentido: disputar o senado. Raul teria se recusado, e insistido no apoio do Planalto para seu projeto ao governo.
Algumas consultas para consumo interno têm apontado que Raul Filho, se for candidato ao Senado, está muito bem posicionado como segundo voto, numa composição de chapa ao lado de Marcelo Miranda.
Se o que Lula quer é a base unida no Tocantins, e se o que o PT precisa é de senadores, as coisas caminham para que uma das vagas de Senado seja oferecida pelo PMDB aos petistas. Isto, caso Raul Filho efetivamente não se desincompatibilize confirmando que concorrerá ao governo. Se não concorrer, abrirá espaço para Paulo Mourão.
O timing de Ribeiro
O PR de João Ribeiro, que seria um reforço inquestionável no palanque do PT no Estado, parece estar mesmo fechado com o PSDB. E como ninguém anuncia, o senador João Ribeiro pode estar perdendo o “timing” para ser novamente protagonista nesta história. Há quem diga que depois da visita de Lula, marco deste fim de período que antecede as desincompatibilizações, Ribeiro anunciará seu destino.
Depois disso e da garantia do empenho das emendas parlamentares. Talvez por existirem tantas coisas pendentes, o senador mantenha o trânsito aberto e livre com os dois lados. No mesmo dia em que Eduardo Siqueira despachava em seu gabinete, o governador Carlos Gaguim tratava seus assuntos com o senador na liderança do PR.
Gente próxima também diz que Ribeiro aguarda o resultado de mais uma pesquisa. Quer saber se terá reeleição garantida ao lado do ex-governador, no palanque do PSDB. A consulta às bases já deu Siqueira. Faltaria apenas sua excelência, o eleitor, sinalizar que sim.
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