Foi da desembargadora Willamara Leila de Almeida a liberação da primeira parcela do precatório pago no processo 1706/06, ainda em 2009. No alvará, ao qual o Site Roberta Tum teve acesso com a ajuda de duas fontes após diversas tentativas de chegar ao processo que corre em segredo de justiça no TJ, consta o valor da liberação: R$ 10.235.368, 22 e demais encargos e o nome do advogado José Carlos Ferreira como representante de Paulo Roberto Kliemann e outros.
A Polícia Federal recebeu informações de que Ferreira teria intermediado os pagamentos liberados pelos desembargadores Willamara Leila e Carlos Souza e que os teria pago em espécie para tanto. No caso da ex-presidente do TJ a PF recebeu informações de que Ferreira teria feito diversos pagamentos menores por indicação da desembargadora, inclusive a uma concessionária de veículos em Goiânia.
Em depoimentos obtidos no decorrer do inquérito a PF foi informada de dois pagamentos em espécie que supostamente teriam sido feitos em Palmas aos desembargadores. Um de R$ 1 milhão e 800 mil, e outro de R$ 2 milhões de reais. O dinheiro teria sido transportado de avião após sacado pelo advogado. Todas as transações nas contas pessoa física e pessoa jurídica de Ferreira estão sob monitoramento para identificar data e origem dos depósitos assim como datas e valores de saques.
Ao Site Roberta Tum uma fonte revelou que o advogado não confessou ter pago os desembargadores para obter as sentenças, o que tem aumentado o trabalho de investigação a fim de obter provas acerca de toda a transação informada por terceiros com os quais Ferreira teria travado conversas e negociações ao longo do processo.
Desembargadora nega favorecimento
Em Goiânia, para onde se mudou desde que a Operação Maet foi deflagrada, a desembargadora Willamara Leila atendeu ao pedido de entrevista do Site Roberta Tum feito na semana passada e respondeu três perguntas encaminhadas a ela.
A primeira questão: “A senhora conhece pessoalmente o advogado José Carlos Ferreira?” , a ex-presidente do TJ respondeu: “Conheço o Advogado Jose Carlos Ferreira, mas sem qualquer vínculo de amizade”. A segunda pergunta: “Ele a procurou, ou tratou diretamente com a senhora sobre o trâmite de algum precatório no TJ?”, ela respondeu: “Ele nunca me procurou sobre tramite de precatórios, pelo menos que eu me lembre”.
A última pergunta referiu-se a um suposto pagamento que o advogado teria feito a uma concessionária em Goiânia a pedido da desembargadora no valor de R$ 200 mil. Willamara respondeu: “Jamais, em nenhuma hipótese houve qualquer tipo de pagamento de veículo de qualquer marca a minha pessoa ou de alguém meu; pode ter sido para outra pessoa, para mim, Roberta, nunca!”
A desembargadora mantém sua negativa de favorecimento na setença proferida e conclui o email permanecendo aberta a novos questionamentos: “Eu te peço para que você continue a me fazer perguntas, qualquer uma, sobre qualquer assunto. Eu vou responder tudo, pois tudo é importante para o esclarecimento da verdade”.
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