Pane elétrica deixa Pedro Afonso sem água por quase 60h e problema pode voltar

Diretor-presidente do Siseapa afirma que panes elétricas têm afetado o sistema, mas destaca que gestão tem trabalhado para evitar a falta d’água

Prefeito Jairo Mariano está preocupado
Descrição: Prefeito Jairo Mariano está preocupado Crédito: Ascom

Uma pane no sistema elétrico do Sistema de Saneamento de Pedro Afonso (Sisapa) deixou a cidade sem água a partir das 23 horas do último domingo – o abastecimento foi normalizado na manhã desta quarta-feira, 4. Segundo o diretor-presidente do Sisapa, o engenheiro Ricardo Sardinha, a autarquia tem trabalhado para solucionar o problema, mas ele alertou que existe a possibilidade de outras panes.

 

“O que aconteceu desta vez é o que acontece sempre: pane elétrica, em função de um sistema elétrico antigo, precário. Nós nunca sabemos onde ocorrerá o defeito, então enquanto o equipamento não for substituído, estaremos sujeito a essas panes, buscando trabalhar para restabelecer o abastecimento da maneira mais rápida possível”, diz Sardinha.

 

Segundo ele, ao assumir o comando do Sisapa, ele revisou o projeto que prevê a substituição de todo o equipamento elétrico, e que será encaminhado para licitação. “Nós precisamos aguardar agora o processo legal da licitação, para substituir a parte elétrica e solucionar o problema de vez – até lá, buscaremos medidas para amenizar a situação, uma vez que o sistema está sujeito a outras panes”, observa.

 

Sardinha diz que se reunirá com o prefeito Jairo Mariano (PDT) para discutir a possibilidade de manter técnicos de plantão, para que em caso de novas panes os reparos possam ser iniciados imediatamente. No entanto, ele explica que, além dos técnicos, uma das grandes dificuldades do Sisapa é encontrar peças de reposição: a autarquia mantém em estoque as peças que apresentam problema com maior frequência, mas algumas, em função do sistema obsoleto, nem são mais produzidas, obrigando que seja feito um improviso, o que demanda mais tempo. 

 

O engenheiro diz que as bombas que captam a água do rio Sono estão boas e o problema principal é no equipamento que bombeia a água para a cidade – o coração do sistema. Além da parte elétrica, Sardinha explica que outro gargalo do sistema são os reservatórios, que são pequenos – assim, as bombas precisam constantemente serem desligadas e ligadas, o que contribui para o desgaste do sistema.

 

“O problema do Sisapa é de várias gestões anteriores equivocadas, que não foram sensíveis à situação, e foram criando soluções paliativas, isso vem sendo feito há 10 anos. O gestor atual está preocupado em resolver isso, definitivamente – as soluções técnicas sempre existiram, mas também é preciso o trabalho da gestão”, considera.

 

Contribuição dos moradores

Sardinha também diz que, apesar do Sisapa estar tomando as providências necessárias para sanar a falta d'água em definitivo, é preciso a colaboração dos moradores de Pedro Afonso enquanto os equipamentos elétricos não são substituídos. Segundo ele, a população desperdiça muita água, uma vez que Pedro Afonso registra uma média de consumo de água per capita a 200 litros por pessoa por dia, quantidade superior à recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

 

Outro problema, ele menciona, é a falta de conscientização quanto à importância de quitar as faturas em dia: o Sisapa conta atualmente com uma dívida ativa de mais de R$ 300 mil, e no mês de janeiro, era prevista uma arrecadação de R$ 170 mil, mas se arrecadou apenas R$ 70 mil. Ele destacou que, tanto em sistemas privatizados quanto nos públicos, o sistema é mantido pelos consumidores, sendo essencial a arrecadação para que se façam os investimentos necessários.

 

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