O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) aplicou multas no total de R$ 25.199.900 a propriedades rurais em cinco municípios do Tocantins, durante a Operação Caryocar I, realizada entre os dias 19 e 30 de agosto. Com o objetivo de combater o desmatamento ilegal, a operação, que contou com a colaboração da Polícia Civil, também resultou no embargo de 5.600,57 hectares de áreas desmatadas.
As cidades fiscalizadas foram Lagoa da Confusão, Santa Rita do Tocantins, Dueré, Cristalândia e Pium, que, segundo o superintendente do Ibama no Tocantins, Leandro Milhomem, concentram os maiores índices de desmatamento no estado devido à expansão das atividades agropecuárias. "Os municípios visitados possuem os maiores índices de desmatamento do estado em razão da busca por áreas para expansão das atividades agrícola e pecuária", explicou Milhomem em entrevista ao portal T1 Notícias.
A operação utilizou os sistemas de monitoramento Deter-Cerrado e o satélite Planets, que fornecem alertas em tempo real sobre áreas desmatadas. Essas tecnologias permitem que os fiscais obtenham informações precisas sobre a localização e a extensão das áreas afetadas, o que torna o trabalho em campo mais eficiente.
Das 15 propriedades embargadas, algumas pertencem a infratores que já foram autuados pelo Ibama. "As multas aplicadas em relação a infratores reincidentes podem ser duplicadas ou até triplicadas a depender do tipo de infração. Além disso, a legislação determina a apreensão de maquinários e produtos que tenham sido cultivados em áreas ilegalmente desmatadas, aplicação de medidas de restrição a créditos bancários e proibição de comercialização de produtos", acrescentou o superintendente.
Questionado sobre os desafios enfrentados pelo órgão ambiental no combate ao desmatamento no Cerrado, Leandro destacou a pressão crescente sobre os recursos naturais devido à expansão agrícola. "O grande desafio para o Ibama é fazer com que todo uso de recursos naturais do estado seja feito em observância à legislação, punindo exemplarmente aqueles que insistem em trabalhar à margem da legalidade", complementou.
Em contrapartida, o superintendente destacou que desde o início das fiscalizações, diversos produtores e sindicatos procuraram regularizar suas propriedades. "O importante é que eles tenham consciência do papel que desempenham na sociedade e deem o exemplo no cumprimento da legislação ambiental", disse.
A Operação Caryocar I, nome que faz referência ao pequizeiro, árvore nativa do Cerrado, é parte de um conjunto mais amplo de ações programadas pelo Plano Nacional Anual de Proteção Ambiental (Pnapa). Leandro confirmou ao Portal T1 Notícias que essas operações continuarão a ser realizadas ao longo do segundo semestre. Além do combate ao desmatamento ilegal, outras práticas ilícitas serão alvo de fiscalização, como o garimpo ilegal, o uso indevido de agrotóxicos, o transporte de produtos perigosos e a exploração em terras indígenas.
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