O desenho urbanístico de Palmas tem como um de seus símbolos os principais cruzamentos da cidade, rotatórias e as grandes áreas verdes como soluções de mobilidade urbana e espaço para serviços ambientais. No entanto, muitos desses pontos são conhecidos pelos alagamentos no período chuvoso, além de outros problemas paisagísticos e ambientais que ocorrem nessas localidades.
Pensando em uma solução, o Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Impup) e parceiros da agenda do clima e meio ambiente desenvolveram um projeto de drenagem sustentável. Por indicação da Fundação do Meio Ambiente (FMA), o projeto foi um dos destaques do ClimaAction 23, iniciativa da CDP Latin America, do Instituto Climate Ventures e do Pacto Global de Prefeitos pelo Clima e Energia, considerado o maior evento de negócios pelo clima do Brasil, realizado em São Paulo (SP). Sua apresentação aconteceu na última terça-feira, 10. A Prefeitura de Palmas foi representada pela arquiteta Denise Rech, diretora de Projetos Urbanísticos do Impup.
No painel apresentado por Denise Rech estavam presentes representantes da Caixa Econômica, Banco do Desenvolvimento da América Latina (CAF), Fundação Grupo Boticário e Consulado Geral Real Dinamarquês, que manifestaram interesse pelo projeto, além da presença do Fonplata, WRI e Mezzegra – Green Energy.
O projeto
O projeto de sustentabilidade do manejo de águas pluviais de Palmas prevê a retenção do excesso das águas das chuvas, diminuindo a sua velocidade, propiciando a absorção pelo solo e evitando erosões na foz. Para isso, serão implantadas pequenas bacias de contenção nas rotatórias e nas áreas verdes, com o diferencial da sustentabilidade através da filtragem e absorção pelo solo e da associação ao paisagismo, que se utiliza da atividade biológica de plantas e microorganismos para remover poluentes carreados pelos alagamentos, por meio de absorção, filtração, volatização, decomposição e simples remoção.
Por sua vez, a água excedente da enxurrada poderá ser coletada e reutilizada para a aplicação em hidrantes e rega dos jardins públicos; sua absorção pelo solo ajudará a abastecer o aquífero, contribuindo para a segurança hídrica da cidade. A intervenção proposta prevê ainda utilização da água armazenada para paisagismo, durante o período de seca, a redução de processos erosivos nos pontos de lançamento da drenagem pluvial, dentre outros.
“Trata-se de um projeto que propõem uma solução de infraestrutura urbana baseada na natureza, que envolve não apenas o Impup e a FMA, como também as Secretarias Municipais de Segurança e Mobilidade Urbana (Sesmu), Desenvolvimento Urbano e Serviços Públicos (Sedurs) e de Infraestrutura e Serviços Públicos (Seisp), que dará a Palmas uma posição de vanguarda nas ações relacionadas às mudanças climáticas”, destacou Denise Rech.
O projeto terá impacto ambiental com a recarga do aquífero, paisagismo, replantio de árvores, conforto térmico, social e aumentando a qualidade de vida para a população. Proporcionará ainda educação ambiental e impacto econômico, com a redução de captação de água pela Prefeitura nas atividades de arborização e paisagismo, bem como a durabilidade da infraestrutura urbana. Também está relacionado a seis dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU): Saúde e Bem-estar (3), água potável e saneamento (6), cidades e comunidades sustentáveis, Ação contra a mudança global do clima (13) e Vida terrestre (15).
Riscos a serem reduzidos
Alguns dos riscos a serem minimizados são alagamentos, processos erosivos, acidentes de trânsito. Entre os co-benefícios estão: armazenamento de água da chuva, manutenção de jardins públicos, abastecimento de hidrantes, redução de emissões de gases do efeito estufa (GEE), compensação com plantio de árvores.
Como benefícios diretos são esperados, maior infiltração e maior recarga do aquífero e mobilidade urbana. Entre os benefícios indiretos podem ser citados conforto térmico, paisagismo e qualidade de vida. Vale ressaltar o quesito justiça climática com a devolução de água sem detritos para os córregos e para o Lago UHE Luiz Eduardo Magalhães.
Segundo o Impup, sua implantação é financeiramente viável, pois o sistema de drenagem verde é complementar ao existente e é mais barato que o de drenagem cinza – necessário e implantado. O Município poderá iniciar o processo de implantação tão logo o projeto esteja finalizado e alinhado com as técnicas e materiais atuais e eficientes, cujo apoio técnico foi manifesto pelas entidades representadas na banca da rodada de negócios.
Uma iniciativa do CDP Latin America e do Instituto Climate Ventures, o maior evento de negócios pelo clima do Brasil, irá destacar soluções inovadoras para enfrentar as mudanças climáticas, promovendo diálogos e ações práticas rumo a uma economia regenerativa e carbono zero.
Acerca da sustentabilidade no Manejo de Águas Pluviais da cidade de Palmas, o projeto prevê:
- Reter o excesso das águas pluviais, diminuindo a velocidade, propiciando a absorção pelo solo e evitando erosões na foz;
- Implantar pequenas bacias de contenção nas rotatórias e nas áreas verdes, com o diferencial da sustentabilidade através da filtragem e absorção pelo solo e da associação ao paisagismo, que se utiliza da atividade biológica de plantas e microorganismos para remover poluentes carreados pelos alagamentos, que serão removidos por absorção, filtração, volatização, decomposição e simples remoção;
- Sobre a água excedente da enxurrada, há a previsão de: coleta e reutilização para a aplicação em hidrantes e rega dos jardins públicos
- Absorção pelo solo, abastecendo o aquífero;
- Possível excesso redirecionado para a rede de macrodrenagem;
- Aumento da infiltração/recarga do lençol freático;
- Arborização das áreas verdes e rotatórias;
- Utilização da água armazenada para paisagismo, durante o período de seca;
- Redução de processos erosivos nos pontos de lançamento da drenagem pluvial.
Problemática | Diagnóstico do projeto:
- Alagamentos de vias;
- Baixa infiltração no lençol freático;
- Processos erosivos e assoreamento pela drenagem pluvial;
- Alto custo com irrigação paisagística urbana;
- Desabastecimento de hidrantes públicos;
- Plano de Ação Palmas Sustentável: uma das ações propostas foi a implantação do Sistema de Drenagem Sustentável;
- Lei Municipal n.º 400/2018 - Plano Diretor de Palmas: tem a Drenagem Sustentável como diretriz para o meio ambiente, a gestão de recursos hídricos e o Manejo das Águas Pluviais / Cria o Sistema Urbano de Drenagem Sustentável;
- Signatária do Pacto Global de Prefeitos pelo Clima e Energia;
- Membro da rede Cities4Forests/WRI;
- Signatária do Programa Cidades Sustentáveis;
- Associada ao ICLEI – Governos Locais pela Sustentabilidade;
- Participa do Fórum “Unicidades” para o Desenvolvimento Urbano Sustentável.
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