Educadores físicos de Palmas apostam em ideia pioneira e inovadora para driblar crise

Everton Pereira, Luciano Santos e Magnus Weimer foram pioneiros no Tocantins ao abrir o primeiro espaço de treinamento Crossfit; presidente da Fecomércio destaca importância de inovações no comércio

A Cross Cerrado conta com mais de 120 alunos matriculados
Descrição: A Cross Cerrado conta com mais de 120 alunos matriculados Crédito: Foto: Divulgação

Inovar no comércio em tempos de crise não é tarefa fácil. Embora o mundo do empreendedorismo esteja cheio de boas ideias, o grande desafio é tirá-las do papel e, ainda, manter-se no mercado. Especialistas apontam que os que alcançam o sucesso são aqueles que identificam as oportunidades, buscam planejamento e não se intimidam na hora de agir. Ideias inovadoras e oferta de serviços e produtos que atendam a demanda local também são caminhos certeiros para a fórmula do sucesso. Em Palmas, assim como em outras regiões do país, ainda há muito espaço para iniciativas autênticas.

 

Entre os vários exemplos na Capital está o de três educadores físicos, que encontraram naquilo que mais gostam e sabem fazer melhor, a chance de começar um negócio. Everton Pereira Santiago, Luciano Santos e Magnus Weimer foram pioneiros no Tocantins ao trazer para o Estado o primeiro espaço de treinamento de Crossfit. Atualmente, essa modalidade esportiva é praticada em 35 mil academias espalhadas pelo mundo, a maioria nos Estados Unidos, onde se promovem até competições. No Brasil, o Crossfit ganhou força de cinco anos para cá. 

 

Conforme Everton Pereira, um dos proprietários da Box Cross Cerrado, arriscar em trazer algo novo para a cidade foi a decisão profissional mais acertada já feita por ele e seus sócios. “Em 2013 me tornei coach [treinador] de Crossfit L1, registrado pela Crossfit Inc. Apresentei a modalidade aos meus colegas, eles então fizeram os cursos também e aí tivemos a ideia de abrir um Box. Fizemos valer à pena, corremos atrás e começamos nosso negócio em 2015. Na ocasião o Crossfit estava sendo bastante procurado no país. No Tocantins, na época, não tinha ninguém que trabalhava com isso, era algo desconhecido aqui, então nós arriscamos. Como era um mercado em ascensão, não tinha crise para o Crossfit, como ainda não tem. Enquanto a maioria dos comerciantes nada contra a corrente, a gente avança”, conta o empresário.

 

De acordo com o presidente interino do Sistema Fecomércio Tocantins, Domingos Tavares de Sousa, o comerciante que está de portas abertas atualmente, conseguindo vencer a crise até agora, deve se manter com os pés no chão, investir em qualidade de serviço, de atendimento e, principalmente, na inovação. “As empresas que estão sobrevivendo até agora são aquelas que estão agindo por este caminho. Tratando o cliente como uma peça importantíssima em seu estabelecimento, investindo em qualidade, bons preços e em novidades, em inovação”.

 

Inovando com as redes sociais

O mercado voltado à atividade física tem se modernizado para atender às demandas de um público de tempo escasso e cada vez mais envolvido com a tecnologia. Muitas empresas estão buscando como diferencial associar a rotina de seus clientes às redes sociais e aplicativos para celulares que permitem monitorar exercícios, gasto calórico, rotina de treinamento, entre outras funções.

 

“As redes sociais são excelentes ferramentas para o empresário alcançar seu público numa velocidade impressionante, barateiam custos para a empresa e permitem vários tipos de ações com alcance ótimo e rápido. Além disso, o empresário deve buscar perceber o que seu ramo está trazendo para o mercado e buscar formas de atingir outros pontos que ainda não tenha alcançado, para crescer”, orienta o presidente interino da Fecomércio.

 

Através de um aplicativo chamado “Cross X”, os alunos da Box Cross Cerrado de Palmas tem acesso a todos os treinos da semana e podem criar um perfil próprio para registrar seu desempenho diário na modalidade física. “Achamos importante acompanhar cada aluno de perto e as redes sociais nos possibilitam isso de forma muito eficiente. Mantemos um grupo de whatsapp para tirar dúvidas e fortalecer os laços com nossos clientes, além do aplicativo que registra tudo o que o aluno fez em cada dia de treino, os dias que ele foi treinar ou que faltou”, explica Everton.

 

Dicas para o sucesso

Atualmente, a Box Cross Cerrado conta com mais de 120 alunos/atletas matriculados, com treinos lotados pela manhã, à tarde e à noite, com cada vez mais adeptos interessados em aprender essa modalidade de circuito intenso e potente na qual, em uma aula, é possível queimar até 800 calorias.

 

“Não nos arrependemos de ter arriscado e a nossa intenção, após estruturar essa Box, é ampliar o negócio, abrir outra. Acabamos de fazer um novo investimento, compramos mais equipamentos e logo após estruturar este abriremos outro, talvez em Palmas, ou em alguma cidade próxima. Já nos fizeram até proposta, mas primeiro estamos focados em organizar este box e a nossa filiação nacional”, revela Everton.

 

O empresário também dá dicas para quem quer investir nos ramos de saúde e bem estar, ou em qualquer outra área, e revela, ainda, que buscar a ajuda de instituições de apoio ao comércio é essencial. “Para quem pensa em começar o mais importante é não ter medo. Essa área da saúde não tem crise, seja na parte da alimentação saudável, treinamento, insumos, porque ninguém deixa de buscar a qualidade de vida, isso é uma necessidade de todos. Outra dica é procurar as instituições ligadas ao comércio como Fecomércio, Sebrae, onde é possível encontrar orientações muito boas e caminhos de sucesso. Hoje tenho alunas que também estão nessa área da saúde, que buscaram apoio junto a essas instituições e estão conseguindo crescer”, pontua Everton. 

 

Confiança do empresário

Uma pesquisa divulgada este mês pela Fecomércio Tocantins, sobre o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC), revela que os empreendedores palmenses estão mais otimistas. Em fevereiro o índice subiu 18,2% na comparação anual, chegando a 101,3 pontos. Em relação a janeiro (97,7 pontos), o aumento foi de 3,7%. O dado positivo foi elevado pelo índice de expectativa do empresário (151,5 pontos). De acordo com 81,1% dos entrevistados a expectativa melhorou para a economia brasileira; 85,8% acreditam que o futuro do setor do comércio deve ser mais favorável e 89,4% disseram que a perspectiva para suas empresas também está melhor.

 

“Não só o Tocantins, mas o Brasil teve um 2016 muito difícil para a classe empresarial, e como a Fecomércio acompanha de perto tudo isso, temos pesquisas que mostram que no segundo semestre deste ano o comércio vai começar a sentir um pouco da mudança e começar a respirar com mais tranquilidade. Hoje ainda estamos passando por uma grande dificuldade, mas já enxergando uma luz no fim do túnel”, afirma Domingos Tavares.

 

Para o empresário Leonardo Barros, que abriu sua oficina mecânica em outubro do ano passado em Palmas, começar um negócio em tempos de crise só foi possível graças às orientações de instituições voltadas ao apoio ao comércio. “Fui funcionário de uma concessionária por quase 20 anos e resolvi abrir meu negócio em 2016. Estudei administração na universidade e já tinha uma noção do que precisava, mas foi procurando me informar junto à Fecomércio, avaliando as pesquisas da instituição e buscando suas orientações, é que pude planejar com calma minhas ações e investimentos necessários para driblar a crise e manter minhas portas abertas, com crescimento, até que esta tempestade passe. Sem essa ajuda isso não seria possível”, garante o empresário.

 

De acordo com Domingos Tavares, a confiança depositada pelo empresariado na Fecomércio é a razão da existência da instituição. “É com muita satisfação que a Fecomércio recebe esse retorno da classe empresarial, através da confiança depositada em todo o Sistema. A Fecomércio, através do Sesc, Senac, existe para contribuir com o empresário do comércio. Então quando a gente recebe essa resposta do empresário e vê ele buscar o Sistema Fecomérico para ajudá-lo a vencer as dificuldades e até melhorar a qualidade do seu negócio, é que a gente se sente realizado, sabendo que a instituição está fazendo seu dever de casa, que é contribuir com o comércio do Tocantins, fortalecendo e ajudando no que for necessário. Esse resultado é que nos dá mais forças para agir da melhor forma para apoiar esse empresário, que é a grande motivação da Fecomércio”, finaliza o presidente interino.

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