Historias de superação, principalmente em tempos de crise, mostram que é possível ganhar a vida honestamente quando se investe e acredita nos sonhos. Com dificuldades para encontrar emprego assim que chegou a Palmas em 1993, Fernando Eder Costa Leal e a mãe, dona Maria Aparecida Costa Leal começaram a vender salgados para sobreviver e hoje, formalizados na categoria Micro Empreendedor Individual (MEI), comemoram as conquistas de muito esforço e trabalho.
Fernando Leal trabalha 8 horas por dia em um posto de combustíveis e nas horas vagas sai para vender os pães e roscas caseiras produzidos pela mãe. “No início, quando chegamos aqui, tinha muita dificuldade para encontrar emprego”, disse Fernando. No entanto, dona Maria viu no seguimento alimentício a oportunidade de trazer o sustento para casa.
Eles começaram com poucos recursos, mas através de um financiamento facilitado em um banco popular, compraram máquinas e aumentaram a produção, conseguindo consequentemente vender mais. Enquanto Fernando sai para vender, dona Maria Aparecida vende os pães na porta de casa.
A maior dificuldade enfrentada por eles no início era o transporte dos produtos. Fernando contou que saía de ônibus pela cidade vendendo o que sua mãe, que depois ficou conhecida como “tia Cida”, ou “Pães da tia Cida”, produzia. Relembrando as dificuldades, ele conta que do ônibus passou para uma bicicleta cargueira, onde já conseguia carregar mais produtos.
Com muito trabalho e buscando se profissionalizar e se formalizar na área, Fernando e a família conseguiu construir uma casa própria e comprar uma motocicleta, que com uma carretinha, também adquirida com a venda dos pães, facilitou bastante nas vendas.
“A gente conseguiu comprar uma casa, uma moto, uma carretinha, só vendendo pães. Agora a gente tá tentando colocar a maquininha do cartão”, disse Fernando. Atualmente eles também produzem bolos caseiros.
Os benefícios da formalização
Muitos comerciantes informais ainda relutam em buscar a legalização do negócio por medo dos impostos. No entanto, Fernando garante que o fato da mãe se tonar microempreendedora individual facilitou bastante no crescimento do negócio e ainda trouxe algumas garantias.
“Como MEI tivemos facilidades para pagar impostos, minha mãe está tendo a oportunidade de se aposentar e ainda conseguimos liberação de licença para trabalhar”, comemorou o frentista, acrescentando que eles puderam investir com mais segurança na pequena empresa familiar.
Segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o trabalhador conhecido como informal pode se tornar um Microempreendedor Individual legalizado e passar a ter CNPJ, o que facilitará a abertura de conta bancária, o pedido de empréstimos e a emissão de notas fiscais.
O MEI é enquadrado no Simples Nacional e fica isento dos tributos federais (imposto de renda, PIS, Confins, IPI e CSLL). Ele terá como despesas apenas o pagamento mensal de R$ 39,40 (INSS), acrescido de R$ 5,00 (para prestadores de serviço) ou R$ 1,00 (para comércio e indústria), por meio do Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS), uma guia de recolhimento emitida através do Portal do Empreendedor.
Reflexos da crise econômica
Com o aumento nos preços das matérias primas, Fernando disse que as vendas caíram bastante. “A gente já vendeu muito mais. Já vendemos 80% do que estamos vendendo hoje”, reclamou. Segundo Fernando, a crise tem impedido o crescimento nos negócios porque os aumentos são repassados para os clientes. Mesmo com a crise, Fernando diz que a intenção é continuar trabalhando para futuramente ampliar o negócio.
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