Mais de 2 milhões de estudantes brasileiros estão na faculdade graças a algum incentivo financeiro. É exatamente a metade dos 4 milhões de alunos matriculados em cursos presenciais de graduação em instituições privadas de ensino superior (IES) do país.
Enquanto o Fies perde espaço ano após ano, desde 2015, a oferta de bolsas de estudo disparou. O crescimento foi de 56,55%, entre 2010 e 2017, segundo apurou a equipe de inteligência educacional do Quero Bolsa.
Por estado, o Tocantins concentra mais de 25 mil bolsas em 35 instituições de ensino. O maior desconto oferecido é de 85%, válido para todo o período de curso. Só na Grande Palmas são 9.200 vagas.
Direito, Enfermagem, Administração, Pedagogia e Psicologia são os cinco cursos com maior oferta de bolsas, além de serem os mais buscados por quem quer estudar e precisa de uma bolsa de estudo para cursar a graduação.
“Os cursos tradicionais têm alta demanda porque o estudante entende que estas carreiras oferecem mais vagas de trabalho. Como o interesse e a oferta são grandes, também há uma elevada quantidade de bolsas disponíveis”, comenta Pedro Balerine, diretor de inteligência educacional do Quero Bolsa.
Em todo o país, com base nos dados do Censo da Educação Superior constatou-se que o total de alunos matriculados com bolsas de estudo oferecidas pela iniciativa privada passou de 530.093 para 829.856. É a segunda modalidade de benefício com mais alunos matriculados, perde apenas do Fies, que fechou 2017 com 1,071 milhão de contratos ativos.
“Este é um retrato que está em transformação”, destaca Balerine. “Há uma forte queda na concessão de novos contratos de financiamento via Fies ao mesmo tempo que as instituições de ensino oferecem cada vez mais bolsas de estudo. Nessa velocidade, os próximos Censos devem mostrar que as bolsas de estudo vão passar a ser o principal benefício utilizado por quem quer estudar”, completa.
A oferta de bolsas de estudo tem batido recordes ano após ano. A plataforma Quero Bolsa mapeou e reuniu em seu site mais de 2,8 milhões de bolsas em todo o Brasil, para o ano de 2019.
São vagas para cursos de graduação e pós-graduação nas modalidades presencial e a distância. “Tamanha oferta foi gerada depois que as instituições de ensino viram o ingresso de alunos despencar com os cortes no Fies e com o crescimento do desemprego. Não havia alternativa a não ser chamar para si a responsabilidade de viabilizar o ingresso de alunos e manter seus cursos em funcionamento”, explica Balerine.
Comentários (0)