Foi aprovado, nesta terça-feira, 8, um requerimento, em regime de urgência, de autoria do deputado estadual Sargento Aragão (PROS), que pede a realização de uma audiência pública para tratar das aplicações financeiras realizadas pelo Instituto de Gestão Previdenciária do Tocantins (Igeprev).
Um dos exemplos citados por Aragão foi a respeito da liquidação extrajudicial da empresa Diferencial Corretora de Títulos e Valores, por parte do Banco Central. A empresa administrava cerca de R$ 150 milhões do Fundo Previdenciário, o que corresponde a 5% do saldo estimado dos R$ 2,5 bilhões do fundo.
Conforme o requerimento, o dato amplamente divulgado nos meios de comunicação traz detalhes preocupantes, onde se registra os motivos da referida liquidação: a empresa valeu de sua condição de instituição autorizada a operar no Sistema Financeiro Nacional, para fazer operações com preços fora do padrão de mercado, em benefício próprio e de terceiros, apresentando comprometimento patrimonial.
Na decisão do banco, avalia-se que só é decretada a liquidação extrajudicial, depois que a fiscalização percebe irregularidades, tais como: ausência de recursos disponíveis, desvio de dinheiro, descumprimento de normas ou não pagamento de obrigações.
De acordo com relatórios do Ministério da Previdência, foi constatado mais de R$ 500 milhões de investimentos temerários em apenas dois anos: 2011 e 2012, contrariando a resolução 3922, do Banco Central. “É claro que a Polícia Federal ainda está investigando as ramificações do escândalo que teria desviado do escândalo que teria desviado R$300 milhões só nos últimos 18 meses, mas os relatórios da Previdência são contundentes”, afirmou o deputado.
A auditoria feita no Igeprev no início deste ano demonstra outra face cruel da administração do patrimônio de cerca de R$ 3 bilhões do Instituto. O Igeprev tem aplicado no FI Onix RF LP o equivalente a R$ 272 milhões e 740 mil. Sendo que o Igeprev é o único cotista deste fundo aí, cujo patrimônio líquido é 100% das aplicações. Caso o fundo quebre, perde-se R$ 272 milhões.
A primeira aplicação foi em 3 de agosto de 2012 (R$ 108.473.328,23) - veja que o Igeprev era o único investidor deste fundo - teve nova aplicação em 9 de agosto de 2012 (seis dias depois da primeira aplicação) e já em 31 de dezembro de 2012 as aplicações do Igeprev (do qual é único cotista, único sócio) naquele fundo estavam naqueles R$ 272.740.497,24. Completamente irregular, conforme os auditores do Ministério da Previdência. Os auditores chegam a relatar que este fundo foi criado "apenas para acomodar" as pendências anteriores apuradas pelos auditores.
No balanço patrimonial do Igeprev em junho do ano passado, consta como valor total de aplicações o montante de R$ 2.111.614.287,39. Ocorre que no DAIR (Demonstrativo das Aplicações e Investimentos dos Recursos), foram informados R$ 2.392.851.334,82. Uma diferença, portanto, de R$ 281 milhões. Para justificar, o Igeprev teria informado aos auditores que era uma imposição Secretaria da Fazenda e que R$ 175.571.201,64 referiam-se a previsão de perdas.
“É muito estranho que, ainda, após todas essas denúncias, ser anunciado que o presidente do Igeprev, Rogério Villas foras, foi demitido a pedido”, criticou o deputado.
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