Apoiadores de Janad atacam Eduardo e religiões de matriz africana

Página que divulgou o vídeo foi denunciada por silenciar críticas e permitir comentários preconceituosos

Crédito: Divulgação

Apoiadores da candidata à Prefeitura de Palmas, Janad Valcari (PL), utilizam um vídeo produzido e distribuído desde o último dia 12 em grupos de WhatsApp, para ridicularizar religiões de matriz africana e tentar associar a chapa adversária, composta por Eduardo Siqueira e Pastor Carlos Velozo, a cultos dessas tradições religiosas. Chegaram à redação prints de conversas em um grupo denominado "Janad 22", nos quais integrantes ofendem diretamente as religiões de matriz africana e disseminam preconceito religioso.

 

Nesta segunda-feira, 21, a página @direitapalmense, no Instagram, compartilhou o mesmo vídeo, que mescla imagens da Iyalorixá Roberta de Oxoguiã, a qual defendeu a igualdade religiosa no 1º turno das eleições, com as dos candidatos Eduardo Siqueira e Pastor Carlos Velozo, acompanhadas da frase "Apoio de peso". A postagem recebeu diversas críticas, incluindo um comentário da própria Roberta, que solicitava a exclusão do conteúdo. Em resposta, a página deletou o comentário e bloqueou a jornalista, silenciando-a diante dos ataques preconceituosos. O post, no entanto, continuou recebendo comentários racistas e homofóbicos, sem qualquer moderação por parte dos administradores.

 

A situação gerou comoção entre os grupos de povos de axé, que rapidamente se mobilizaram para denunciar tanto a postagem quanto os comentários ofensivos. A ação é vista como um ataque às religiões de matriz africana e uma tentativa de deslegitimar a imagem de Roberta Tum. "Independente do dano que tentaram causar à imagem do candidato manipulando imagens e incitando discursos de ódio, preconceito religioso e racismo religioso, existe uma questão maior aqui. É sobre a exposição da nossa cultura e religiosidade de forma pejorativa, a tentativa de nos constranger. Só que não me envergonho de ser quem sou, da religião e da crença que professo. Não vou permitir que nosso povo seja tratado dessa maneira", afirmou.

 

Roberta também relatou que, ao comentar e denunciar o post, foi bloqueada pela página, assim como outros membros da comunidade de axé que tentaram se manifestar. Diante disso, a jornalista registrou um boletim de ocorrência nesta segunda-feira, 21, na Divisão Especializada de Repressão a Crimes Cibernéticos e já constituiu advogado. Ainda segundo ela, duas ações serão movidas contra o material: uma na esfera eleitoral e outra na área civil. O objetivo é garantir a retirada do conteúdo ofensivo e responsabilizar os envolvidos na sua divulgação.

 

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