Audiência Pública na Câmara Municipal de Palmas discute a Educação Bilíngue de Surdos

Participaram da audiência as Secretarias de Estado e Municipal da Educação, Ministério Público do Tocantins, Defensoria Pública, Secretaria de Desenvolvimento Social de Palmas, UFT e IFTO entre outros

Crédito: Chico Sisto/Ascom CMPalmas

Com a presença de representantes das Secretarias de Estado e Municipal da Educação, Ministério Público do Tocantins, Defensoria Pública, Secretaria de Desenvolvimento Social de Palmas, Universidade Federal do Tocantins (UFT) e Instituto Federal do Tocantins (IFTO) entre outros, a Câmara Municipal de Palmas realizou na tarde desta segunda-feira, 19, uma audiência pública para tratar a implementação da educação bilíngue de pessoas surdas na rede pública de ensino.

 

O requerimento para realização da audiência foi apresentado pelo presidente da casa, vereador Folha (PSDB). De acordo com ele, o ensino da Língua Brasileira de Sinais (Libras), desde o início da vida das crianças surdas, garantirá a elas o direito a mais acessibilidade na comunicação. Para tanto, Folha defende que a Libras deve ser introduzida como primeira língua e o Portugues como a segunda. 

 

Durante a audiência foi colocado que o grande desafio para implementar a educação bilíngue de pessoas surdas é a falta de qualificação de profissionais, além da escassez de intérpretes, o que prejudica ainda mais o aluno surdo na hora do aprendizado. 

 

Polos

Em suas considerações, a secretária Municipal da Educação, Maria de Fátima Pereira de Sena, disse que há projeção para o ano de 2024 para a construção de três escolas polos de educação bilíngue, sendo um na região norte, outro na região central e um terceiro na região sul. "Essas escolas serão piloto para que possamos verificar se é isso que dá certo”, ponderou.

 

Paola Regina Martins, da gerência de Ensino Especial da Secretaria de Estado da Educação (Seduc-TO), afirmou que na rede estadual de ensino a política de inclusão tem avançado. Segundo ela, há hoje no Tocantins 163 escolas com a disciplina de Libras e há também formação de profissionais em parceria com a Universidade Federal do Tocantins (UFT). "Temos mais de cinco turmas formadas", disse Paola, ao afirmar que ainda assim há carência de profissionais. "Se for implementada a escola que funcione em libras no município certamente serão atendidos alunos de Miracema, Porto Nacional e Paraíso, pois a demanda é grande".

 

Inclusão

A professora Allana Cruz apresentou o Projeto de Implementação de uma Educação Bilíngue no Tocantins e, como aluna e professora surda, reforçou as dificuldades de aprendizagem enfrentadas e convidou mães e alunas para darem seus depoimentos sobre as barreiras encontradas.

Daiz Guimarães, mãe ouvinte de uma filha surda, comentou sobre a preocupação das pessoas em a escola bilíngue gerar segregação. “Inclusão e integração são coisas diferentes. Hoje o que acontece nas escolas é apenas a integração. Os professores não sabem Libras, os funcionários não sabem Libras, as salas não são adaptadas de forma visual e as atividades não são adaptadas. Constantemente, os alunos surdos são impedidos de ir pra aula por falta de intérprete e isso gera vários transtornos emocionais na minha filha e em todas as crianças”, pontuou.

Participaram da audiência, os vereadores Benna Maia (União), Eudes Assis (PSDB) e Daniel Nascimento (Republicanos), o presidente da Associação de Surdos, Rondinelli Moreira, o defensor público, Freddy Antunes, e o promotor de Justiça, Benedicto Guedes Neto.

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