O líder do governo Amastha na Câmara de Palmas, Valdemar Junior, declarou ao T1 Notícias que se sentiu constrangido após ter orientado a base a votar contra uma matéria de autoria do vereador de oposição Iratã Abreu (PSD) e não ter sido atendido. O requerimento em questão era em regime de urgência e tratava do convite ao secretário de Finanças Claudio Schuller à Câmara.
“Orientei a base a não votar o convite que foi feito pelo vereador Iratã Abreu para levar o secretário à Câmara. Não vi motivo suficiente no convite para levar o secretario lá. Até pedi que refizesse o requerimento, dando consistência ao pedido, para que a gente pudesse colocar a matéria novamente na pauta”, disse.
Os veradores da base e da oposição votaram pela aprovação do requerimento, ao contrário do que Valdemar havia orienado. Votaram a favor do requerimento de Iratã os seguintes vereadores da base: Marilon Barbosa, Etinho Nordeste, Jucelino, Hermes Damaso e Emerson Coimbra.
Valdemar não escondeu a chateação: “causou um constrangimento em mim”, disse ao tentar justificar que a atitude dos vereadores da base se deu por causa de um descuido. “Por um descuido dos vereadores que não entenderam, que estavam dispersos, não perceberam a importância da orientação e votaram a favor”.
Para o vereador a atitude dos parlamentares não foi intencional. Ele disse que após a sessão, os vereadores que não seguiram a orientação se retrataram. “Me deu um prejuízo porque eu orientei. Prejuízo de como líder de governo fazer uma orientação e eles não atenderem”. O líder do governo afirmou que os vereadores Emerson Coimbra e Marilon Barbosa até pediram desculpas, “disseram que não tinham entendido”.
Irritado
Nos bastidores o que se comenta é que o líder da base pagou sapo em público. Lavou roupa suja ao acusar os colegas de infidelidade da tribuna da Câmara, na frente de todos. Uma fonte afirmou ao Portal T1 Notícias que os vereadores da base que votaram a favor do requerimento de Iratã Abreu disseram no plenário que não votam de cabresto.
Valdemar Junior negou que tenha brigado com os colegas de parlamento: “o que eu disse na tribuna é que aquela situação ia ficar marcada na minha cabeça porque era uma situação de, como líder do governo, enxergar a oposição, rir na cara de vereadores governistas. É a primeira vez que eu vejo na história de um parlamento, aonde o governo tem a maioria absoluta de membros, em que vereador da base aprova para levar secretário de município na Câmara. Nunca vi isso na minha vida. A gente tinha que se posicionar com o Governo”, argumentou.
Segundo Valdemar Junior, “estavam todos rindo da minha cara, rindo da cara dos vereadores que são da base do Governo” e completou afirmando que “várias vezes assumi ônus em nome de todos para defender todo mundo”.
A matéria
O requerimento do vereador Iratã Abreu é para que o secretário Claúdio Schuller preste esclarecimentos sobre sua conduta ao responder um questionamento do vereador Júnior Geo, via ofício, se negando a prestar esclarecimento acerca da documentação utilizada para embasar os cálculos da nova Planta de Valores Genéricos da capital.
Conforme informou o autor do requerimento, o vereador Geo havia solicitado que Schuller esclarecesse com documentos alguns pontos da Lei, no entanto, o secretário se negou a responder e ainda, de forma grosseira, em ofício encaminhado ao gabinete de Geo, disse que o vereador não tem autonomia para fazer tal solicitação, além de não tê-la feito de maneira correta. “Isso para nós foi uma ofensa”, afirmou Iratã Abreu.
O parlamentar disse que o secretário também deve ser questionado sobre outros assuntos caso aceite o convite para se dirigir à Casa de Leis.
Comentários (0)