Bolsonaro é recebido com protestos e se defende de acusações de homofobia

Em Palmas, Bolsonaro foi recebido com protestos de membros da comunidade LGBT. Deputado diz que morte de gays em Orlando foi terrorismo e responde imprensa sobre temas polêmicos envolvendo seu nome

Bolsonaro participa de evento do PSC na Assembleia
Descrição: Bolsonaro participa de evento do PSC na Assembleia Crédito: Foto: T1 Notícias

O deputado Jair Bolsonaro, do Partido Social Cristão (PSC-RJ) foi recebido com gritos de palavras “fascista”,  “ditador” e “racista” em ato de manifestação de membros da comunidade LGBT e movimento dos Direitos Humanos em frente à Assembleia Legislativa (AL), em Palmas, na tarde desta quinta-feira, 16.

 

Bolsonaro está em Palmas para o lançamento da pré-candidatura do vereador João Campos (PSC-TO) à prefeitura de Palmas. Em entrevista à imprensa, ao ser questionado, o deputado afirmou que não tem problemas com a comunidade LGBT. “Eles é que têm problema comigo. A nossa briga começou em novembro de 2010, quando fui contra aquele material que foi confeccionado e chamado de kit gay. Eles que não tinham argumento para demover da ideia, acabaram me rotulando de homofóbico”, argumentou o deputado.

 

Na porta da Assembleia, um grupo de cerca de 50 pessoas “escracharam tudo o que o político defende e representa”, afirmou o membro do Coletivo Enegrecer e do Conselho Nacional dos Direitos Humanos, Cristian Ribas. “O objetivo da manifestação hoje era criar um escracho à presença do Bolsonaro aqui no Tocantins, que representa tudo o que é mais de repugnante, conservador e reacionário na política brasileira”, esclareceu o manifestante.

 

“Nós queríamos mostrar também que a juventude, os movimentos sociais, movimento negro, mulheres e LGBT’s repudiam esse discurso, que legitima a violência e os Direitos Humanos”, afirmou Ribas.

 

Questionado sobre como se sentia em relação ao protesto, Bolsonaro respondeu: "Todo lugar que eu vou tem alguns contra né?! Toda unanimidade é burra. Agora eles não aceitam conversar. Eles para facismo e gritaria homofóbicas dentre outras", afirmou. 

 

Bolsonaro comenta morte de jovens em boate de Orlando

O deputado Jair Bolsonaro respondeu a jornalistas sobre como ele via o atentado que matou pelo menos 50 pessoas em Orlando e deixou dezenas de feridos. “As informações da imprensa americana que eu estou tendo, é que ele [atirador] era homossexual. Tanto é que parece que ele tinha um amor reprimido lá e foi se vingar. Mas isso, no meu entender, é um terrorismo”, opinou Bolsonaro.

 

“A questão LGBT é uma opção para cada um. O que um pai não quer é encontrar um filho de seis anos de idade brincando de boneca por influência da escola. Cada um faça o que bem entender com o seu corpo e vá ser feliz da melhor maneira possível. Agora, preservando as crianças, é uma maneira de preservar a família”, disse o deputado.

 

Bolsonaro tem sua imagem vinculada a diversas polêmicas, como quando saudou o Coronel Brilhante Ustra, na votação pelo impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados. Segundo o deputado, “Nós estamos na iminência, se o PT voltar, de mergulhar o país num comunismo. Este pessoal que está no poder hoje em dia, muitos deles tiveram desde o 64, e pré-64 pra cá. O coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, enfrentou naquele momento, gente treinada em Cuba, Coreia do Norte e China. Em especial, aqueles do PC do B que desde 61 treinavam na real academia militar de Pequim. Quem treina nesses locais, quer impor o que aqui? Quer lutar pelo quê? Por Democracia? Não! Inclusive, muitos deles como Eduardo Jorge, Fernando Capero, bem disseram, que a intenção deste pessoal armado no país, era implementar aqui a ditadura do ploretariado”.

 

O protesto contra o deputado transcorreu sem nenhum incidente e a polícia, que estava no local, não interviu em nenhum momento. O confronto foi de palavras entre os manifestantes pró-Bolsonaro que gritavam “mito” e “futuro presidente”.

 

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