O vereador Lúcio Campelo (PR) informou nesta quinta-feira, 21, ao Portal T1 Noticias que vai acionar judicialmente o prefeito de Palmas, Carlos Amastha (PP), pelas declarações dadas nessa quarta-feira, 20, nas quais ele chamou os vereadores que criticaram as medidas provisórias 01 e 03 de “bandidos” e por seu posicionamento em redes sociais. Segundo Campelo, ele irá representar o prefeito por comportamento incompatível com o cargo, falta de decoro e por difamação.
“Estamos preparando a ação e na próxima semana vamos entrar na Justiça contra ele. Essa não é a primeira vez que o prefeito faz isso. Ele é reincidente, ele vem usando palavras chulas contra os vereadores no twitter também. O prefeito precisa respeitar os vereadores, pois nós fomos eleitos pelo povo, assim como ele também foi”, criticou o vereador antes do início da sessão.
Na tribuna
Na tribuna, Campelo retomou o assunto e pediu a Câmara providências em relação ao caso. “Senhor presidente, ontem o prefeito em uma reunião com seu secretariado, fez algumas declarações infelizes, chamou os parlamentares de bandidos. Nas redes sociais ele tem feito declarações como cidadão. Eu falo por mim, pois se os outros 18 vereadores acharem que isso é normal, pra mim não é. Eu não aceito, e vou representar contra o prefeito judicialmente", disse.
“Quando ele fala, ele se refere aos que criticam e quem é que critica aqui? Os vereadores Iratã, Joaquim Maia e Lúcio Campelo, e o pior é que ele falou e depois negou querendo deixar o Site que publicou de mentiroso, e todos nós sabemos que este Site é um dos mais conceituados do Estado, se não for o maior. Pra mim, o pedido de desculpas dele só confirma o que ele falou. Eu gostaria que a Câmara se manifestasse sobre isso, senhor presidente”, disse.
Negreiros rebate
Em resposta as declarações de Campelo, que já havia se ausentado da sessão, o presidente da Casa, Major Negreiros (PP), criticou o parlamentar e negou que o prefeito tenha feito as declarações.
“Me envergonho em pertencer a esta Casa na mesma legislatura que o Lúcio Campelo, pois pela terceira vez ele usa essa tribuna para alfinetar o prefeito. Se houve essa conversa em que o prefeito ofendeu os vereadores, eu imediatamente convidei o prefeito para vir aqui. E o Lúcio também foi convidado a participar da reunião, mas não teve a coragem de participar porque ele sempre fala e sai. Não tem a coragem de permanecer para ouvir os que os outros colegas tem a falar”, argumentou.
Em defesa de Amastha
Em sua fala, Negreiros também defendeu Amastha. “Eu achei muita grandeza da parte do prefeito em vir aqui, vereador Joaquim Maia, e retificar as declarações em que ele afirmou que o senhor não gosta de trabalhar. Todos nós sabemos que o senhor é um homem trabalhador”, informou.
“Quem leu a matéria sabe que o prefeito não se referiu dessa forma. Agora, quando um vereador fala ele tem que esperar para ouvir. Nós já divulgamos nota em que comentamos sobre as declarações do prefeito em relação ao vereador Joaquim Maia. A fala do prefeito foi feita para mais de cem pessoas e eu tenho certeza que ele não se referiu a esta Casa, não se referiu aos vereadores dessa forma, não podemos nos pautar por sites”, criticou.
Gerson se manifesta
Também na sessão, o vereador Gerson da Mil Coisas (PSL) comentou o assunto. “Eu respeito os questionamentos dele (Lúcio Campelo), mas ele tem que esperar para ouvir. Eu não concordo com o posicionamento dele, porque ele fala e sai. Nós temos que ouvir o que os outros tem a dizer ”, finalizou.
Entenda
O prefeito fez as declarações em dois momentos durante reunião com seu secretariado realizada na sede da Defensoria Pública, em Palmas. No primeiro momento, falando exclusivamente ao Portal T1, o prefeito disse que “lamento que com tantos projetos a serem votados na Câmara, como a regularização do Santo Amaro e muitos outros, seja esse o assunto debatido. Mas acho absolutamente normal o posicionamento deles”, declarou o prefeito antes de iniciar a reunião com seu secretariado para fazer um balanço dos 50 dias de governo.
No segundo momento, já na reunião e ao microfone, o prefeito voltou a comentar o assunto e chamou os vereadores de bandidos. “Nós não vamos deixar de dá esclarecimentos à Câmara. Se quiserem, vamos todos lá esclarecer o que for necessário. A questão é que nós não somos iguais a eles, isso nós já sabemos. Eu não preciso repetir que eles são bandidos, porque eles sabem que são. Nenhum dos que criticam estão lá para defender os interesses do povo, nós sabemos disso. Será que o salário dos procuradores é mais importante do que a regularização do Santo Amaro?”, criticou o prefeito.
Prefeito nega
No período da tarde, após as repercussões da matéria, o prefeito encaminhou nota ao T1, em que ele afirma que foi mal interpretado. Na nota, Amastha diz que em nenhum momento se referiu aos vereadores de Palmas como bandidos e que foi mal interpretado em suas colocações. "Tenho total respeito pela Câmara Municipal e seu papel na sociedade. Assim como respeito os vereadores que ali estão e que foram eleitos pelo povo”, consta em nota encaminhada pela prefeitura.
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