Os cinco candidatos ao Governo do Tocantins estiveram presentes no Encontro Político de Propostas para a Indústria, realizado pela Fieto na noite de ontem, 23, em Palmas. Bernadete Ferreira (PSOL), Carlos Amastha (PSB), César Simoni (PSL), Márlon Reis (Rede) e Mauro Carlesse (PHS) compareceram ao evento e explanaram suas ideias, em clima ameno na maior parte do tempo, com apenas algumas farpas trocadas com o atual governador mais ao final do evento. Durante a conversa, não houve confronto direto entre os candidatos, como é comum em debates, mas os participantes trocaram várias críticas entre si.
O presidente da Fieto, Roberto Pires, abriu o evento chamando a atenção para o fato de o Estado ter passado por recente cassação de governo, o que impacta diretamente na economia. O pedido do presidente aos candidatos é que haja mudança nesse cenário. “O único jeito de ter um Estado sério é banindo as velhas práticas”, disse.
Roberto Pires destacou que o papel da Fieto é contribuir com o Estado e colaborar com as eleições. O presidente destacou ainda que, nos últimos anos, o Tocantins vem se colocando como promissor, principalmente na agroindústria, destacando a importância desse encontro.
Amastha
O primeiro candidato a apresentar suas propostas foi Carlos Amastha, que destacou a construção de seu plano de governo e exemplificou os feitos em Palmas, onde foi prefeito. Na educação, Amastha destacou a colocação da cidade nos primeiros lugares do ranking e garantiu que, se eleito, fará economia das contas públicas e trabalhará a manutenção das regras tributárias para atrair investimentos ao Estado. O candidato prometeu também financiamento de pesquisa e inovação, energia e exemplificou que a exemplo do projeto Palmas Solar, irá criar o Tocantins Solar.
Bernadete
A candidata fez uma abordagem mais humanizada de suas propostas, tratando da educação e dos direitos dos trabalhadores. Bernadete propôs uma inversão na indústria, “um olhar mais para os trabalhadores e trabalhadoras e menos para as máquinas”, sem deixar de reconhecer a importância do investimento.
César Simoni
O candidato destacou a necessidade da capacitação de mão de obra qualificada, fez críticas à corrupção e se ateve a um discurso mais politizado, citando seu candidato a presidente, Jair Bolsonaro.
Márlon Reis
O candidato defendeu um projeto de Estado e não apenas discussão de propostas de governo. Defendeu a educação empreendedora e a construção de um Estado a partir de seu alicerce, “para não ser submetido a medidas emergenciais a partir da vontade do governo que estiver no comando”. Márlon destacou ainda a necessidade de controle, de combate à corrupção e para isso sugeriu a “conclusão da criação do Estado”. Segundo o candidato, a ideia é organizar as demandas básicas do Tocantins, para que assim o Estado cresça e se desenvolva mais rápido, da forma correta e em menos tempo, e traga desenvolvimento. “Precisamos de homens e mulheres de vanguarda”, disse.
Mauro Carlesse
O candidato usou seu tempo para retratar sua atual colocação como governador e levantar a bandeira da oportunidade. Carlesse afirmou que, economizando, conseguiu ativar projetos como o Opera Tocantins, declarou que já investiu em infraestrutura, defendeu a política séria para incentivar a chegada de mais indústrias, mas continuar incentivando as indústrias já existentes no Estado. O discurso do candidato foi também em defesa da estabilidade do Estado. Carlesse afirmou a necessidade de continuar a diminuir os gastos públicos para poder fazer investimentos. O discurso focou no que, como governador, ele tem feito em seu governo de pouco mais de 100 dias e garantiu que irá continuar fazendo.
Clima esquenta no final
No final do encontro, foi aberto um bloco de perguntas e respostas entre os candidatos, quando houve troca de indiretas entre os participantes. Em suas considerações finais, a maioria dos candidatos fez críticas à atual gestão.
Se referindo ao governo de Carlesse, Amastha pontuou que “o desastre administrativo vivido é vergonhoso, apesar de ter tido arrecadações altas em junho e julho”.
Bernadete fez críticas à forma de governo que, segundo ela, “barganha empregos” e pontuou que a indústria tem papel fundamental para empregar mais pessoas e desfazer esse cenário.
César Simoni fez um discurso crítico ao que chamou de “voto vendido” e pediu o voto livre.
Márlon pediu propostas de Estado mais aprofundadas que planos de governo. O candidato destacou sua capacidade de liderar, exemplificando a coesão em seu grupo, diante das adversidades, dada as ideologias de cada grupo. Ele afirmou que continua o mesmo candidato da eleição suplementar, que não abre mão das suas ideias e propostas e, sem citar Amastha diretamente, destacou sua capacidade de liderança e citou quem “perdeu aliados de sua coligação na data final da convenção”.
Carlesse devolveu as ofensas direcionando a Cinthia Ribeiro, prefeita de Palmas que estava presente na plateia, a necessidade de infraestrutura nas quadras da cidade. O candidato novamente defendeu a estabilidade do Estado e destacou seus feitos enquanto governador.
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