O prefeito de Rio dos Bois, Jesus dos Reis Rodrigues Bastos (PMDB) esteve no Portal T1 Noticias e falou sobre as dificuldades que tem encontrado para gerir o município, que está como Fundo de Participação dos Municípios – FPM bloqueado.
De acordo com o prefeito, a situação na cidade é caótica. “Isso tudo está acontecendo porque o Clebson Correa, que era o responsável, não passou os dados da Gfip. Como podemos fazer algo sem esses dados? Agora, até ele tá tendo prejuízo, pois foi eleito vereador, mas não recebeu salário, porque não temos como pagar”, disse o prefeito.
Segundo as informações, Clebson Correa é sobrinho do ex-prefeito da cidade, Manoel Correa, e era o responsável por passar os dados da ex-gestão. Agora ele é vereador na cidade.
Salários atrasados
O gestor conta ainda que por causa da situação os servidores estão com salários atrasados. “Nós estamos engessados, salários atrasados, não podemos retirar a CND, o pagamento aos fornecedores está pendente, não podemos pegar talão de cheques. Isso, sem falar nos 39 mil em cheques sem fundo que foram repassados na gestão passada”, declarou o prefeito.
Sem transição e com dívidas
Ainda de acordo com o gestor, a dívida do município com o INSS é de 2,5 milhões. “O fato é que estamos sem trabalhar. O prefeito não quis fazer a transição porque a intenção era deixar nosso governo prejudicado. Temos hoje uma dívida de 2, 5 milhões com o INSS. Quando peguei a prefeitura o que tinha em caixa era o valor de 568 reais, sendo que no dia 31 entrou na conta mais de 500 mil reais. Cadê esse dinheiro?”, questionou o prefeito.
Providências
Questionado sobre quais providencias já haviam sido tomadas, o gestor contou que o prefeito nunca foi localizado para dar explicações. “Já pedimos para que fossem entregues os cheques para darmos baixa, mas não adianta. E o Clebson fez isso com a intenção de não deixar que a gente trabalhe, que mostre serviço, pois com o FPM bloqueado não podemos fazer nada”, informou.
Contador responde
Em resposta as declarações do prefeito, o ex-contador da prefeitura e então vereador, Clebson Correa, negou que tenha ocorrido falhas na contabilidade da gestão anterior. “O prefeito está desinformado, pois a responsabilidade de mandar os dados do Gfip para a Receita Federal não é da prefeitura. Depois eu fiquei sabendo que tinha três Gfips em atraso e que a pessoa responsável já resolveu as pendências e encaminhou. Não houve falhas na contabilidade”, disse
O parlamentar também comentou a quantidade dos valores que o prefeito afirmou ter encontrado no caixa da prefeitura. “Não procede os dados repassados pelo prefeito. No mês de dezembro a prefeitura recebeu um valor R$ 880.310,51. Desse valor houve uma dedução de R$ 271.330,30 ficando um valor líquido de R$ 60.980,21. O último repasse feito a prefeitura no ano passado foi no dia 28 e não no dia 31 como afirmou o prefeito, isso tá no Portal da Transparência. Nesta data, a prefeitura recebeu um valor de R$ 192.246,88, a dedução foi R$ 54.893,79 restando um valor líquido de R$ 137 mil.
Dinheiro em caixa
Ainda segundo o vereador, somado esse valor ao que já tinha em caixa, o prefeito recebeu a prefeitura com R$ 581.526,66, sendo parte dos recursos do Fundo Nacional de Saúde. “O prefeito não recebeu a prefeitura sem dinheiro, ele está falando isso porque ele enviou um Projeto de Lei para a Câmara pedindo autorização para fazer contratos temporários e eu pedi vistas, o motivo é esse e não a situação financeira do município”, finalizou.
Equipe do T1 tentou ouvir o ex-prefeito, Manoel Correa, sobre as declarações do atual gestor, mas não obteve sucesso. Caso o ex-gestor queira se manifestar, o espaço continua aberto.
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