Com Kátia, Mário e Márlon Reis, primeiro debate na TV é marcado por críticas mútuas

Carlesse, Vicentinho e Amastha faltaram, mesmo após terem confirmado participação no debate à emissora de TV.

Três candidatos participam do primeiro debate na TV
Descrição: Três candidatos participam do primeiro debate na TV Crédito: T1 Notícias/ Divulgação

Sem a presença de boa parte dos candidatos a govenador na eleição suplementar de 3 de junho, foi realizado nesta terça-feira, 22, o primeiro debate televisivo entre os concorrentes ao pleito. O enfrentamento aconteceu com a senadora Kátia Abreu (PDT), ex-juiz Márlon Reis (Rede Sustentabilidade) e o procurador Mário Lúcio Avelar (Psol). O tema mais debatido entre os presentes foi a corrupção.

 

A reportagem do T1 acompanhou de perto o debate e percebeu que as assessorias dos candidatos da Rede e do PSOL cobravam mais dos seus assessorados, em termos de um embate maior com a senadora. Já Kátia Abreu ficou em todo momento bastante centrada em suas anotações. A cada intervalo de bloco, os candidatos eram orientados por seus assessores.

 

O jornalista Paulo Carneiro, mediador, ressaltou que todos os candidatos assinaram um termo de compromisso para comparecerem ao debate. Os três opositores lamentaram e criticaram a ausência do governador interino Mauro Carlesse (PHS), do senador Vicentinho Alves (PR) e do ex-prefeito de Palmas, Carlos Amastha (PSB). O candidato do Psol afirmou que a falta dos três representa “desprezo pela democracia” e os chamou em outro momento de “fujões”. Já o candidato Marcos Souza, alegou a incompatibilidade na agenda.

 

Outro ponto muito debatido, a corrupção, ficou por conta de Márlon Reis e Mário Lúcio Avelar sempre trazerem o assunto à tona. O candidato da Rede já atuou com juiz no Estado do Maranhão e no Distrito Federal e Mário Lúcio é procurador federal. A senadora também falou do assunto, mas quase sempre respondendo as perguntas que foram dirigidas a ela sobre o tema.

 

Primeira bloco

 

Na primeira rodada, com tema livre, foi realizado um sorteio para definir o primeiro a falar. Tinha que realizar uma pergunta no prazo de 40 segundos. O escolhido pra responderia teria mais 1 minuto e 40 segundos e a réplica de 40 segundos. Marlon fez a primeira pergunta que foi dirigida a Kátia Abreu. O tema da pergunta foi sobre corrupção e que medidas para combatê-la. Kátia Abreu, primeiro, lamentou as ausências no estúdio.  “Eu acredito muito no comportamento duro e firme contra a corrupção e dos mecanismos de controle”, afirmou em sua resposta.

 

Já Márlon na réplica discordou da candidata e conferiu que é necessário mudar a “regra do jogo”.  “Não é de palavra é de ação concreta para mudar institucionalmente toda a corrupção que assola o estado” ressaltou.

 

Sobre segurança pública, Kátia direcionou sua pergunta pra Mário Lúcio “o que você tem de projeto para segurança pública?” questionou a candidata ao socialista. Mário explicou que a violência se dá por uma falta de planejamentos na migração da zona rural pra cidade, onde a população não “encontra educação e trabalho. Falou, ainda, da estruturação da polícia civil e militar com equipamentos e inteligência. Para fechar a rodada, marcos fez pergunta para Márlon voltando a falar da corrupção.

 

Na segunda rodada de perguntas, ainda com tema livre no primeiro bloco, Kátia Abreu direcionou sua pergunta para Márlon o questionando sobre como diminuir a pobreza no estado, que segundo ela, beira a 55% entre o eleitorado tocantinense.  O candidato da Rede comentou da forte tributação no Tocantins e que é preciso apostar na livre iniciativa e na geração de emprego. “Tocantins que não funciona mais do jeito o que chegou até aqui”. Na réplica, a senadora disse que seu foco para combater a pobreza será na educação.  “A maioria da população ou é semianalfabeto ou analfabeta. Precisamos qualificar a mão de obra para não continuarem na pobreza”.

 

Márlon perguntou, então, para o candidato do Psol sobre a Unitins. Mário transmitiu que a educação tem um papel fundamental para o desenvolvimento do Estado. Vai priorizar na instituição cursos de mestrado e doutorado. O candidato da Rede falou que é ter autonomia, tanto na área cientifica quando na administrativa. “Será cortado o cordão umbilical com o governo” concluí. 

 

No questionamento de Mário para Kátia Abreu, o socialista queria saber a opinião da candidata do PDT sobre as campanhas caras e enormes. “Muito pior que a estrutura de campanha é a compra de liderança para apoio. O estado está retaliado como uma vaca morta e vários urubus em cima. Um grupo acha ser dono do estado com conchavos não republicanos. Todo o meu grupo optou por não comprar líderes e pessoas famosas. Temos que dizer não ao poderio econômico sobre a política. É um Brasil querendo mudanças” respondeu Kátia.

 

Segundo e terceiro blocos

 

Após três minutos de diálogos com seus assessores, o segundo bloco foi realizado com perguntas elaboradas pela FIETO e pela Rede Record. O sistema questionou os candidatos sobre carga tributária, educação e emprego. Os três ponderaram que é preciso uma reforma tributária no Tocantins. Kátia falou de uma segurança jurídica ao empresário e ao trabalhador.

 

Sobre as perguntas formuladas pelo canal de TV, foram discutidos os temas de Esporte e lazer, segurança, no qual Márlon assegurou que o Estado ainda vive uma situação de coronelismo, e fechando com infraestrutura.  Todos os candidatos tiverem direito além da resposta, réplica e tréplica.

 

Márlon abriu o terceiro bloco falando da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal. O candidato foi incisivo em afirmar que a senadora e seu marido já fizeram parte da lista de investigados pela PF. Em sua resposta,  Kátia afirmou que vários políticos foram investigados, o seu por conta de campanhas eleitorais, mas que seu nome não está incluso mais em nenhuma Operação.  “É normal acontecer alguns desacertos. Relevar alguns equívocos pelo tamanho da operação, mas a PF tem agido corretamente em punir quem está roubando a vida das pessoas” disse.

 

Depois, Kátia perguntou para Mário Lúcio sobre como o Estado deve equilibrar as finanças. E Mário finalizou a rodada perguntando para o candidato da Rede sobre políticas públicas voltadas para indígenas e quilombolas. Márlon transmitiu que é indispensável a “aplicação de medidas para a paz no campo”, além da preservação de terras tradicionais.

 

Último bloco

 

 O quarto e último bloco foi destinados para considerações finais. O candidato do Psol dirigiu-se primeiro ao público. Mário ressaltou, novamente, que lamenta a ausência dos “fujões” e que seu foco no mandato tampão será no combate contra a corrupção. “Tenho compromisso com essa bandeira. Minha vida foi dedicada a combater a corrupção. Vote para combater a corrupção. Diga não a política tradicional” finalizou o candidato.

 

Já Márlon conferiu que esteve tempo longe do Tocantins porque seguiu carreira jurídica e acadêmica. Estudo na Espanha e nos EUA. Afirmou, ainda, que recebeu convites para ser candidato nos Estados do Rio de Janeiro, Maranhão e Distrito Federal, mas foi o Tocantins onde escolher seguir carreira política.  “Me dediquei a Lei Ficha Limpa agora me dedico pela ficha limpa no Palácio Araguaia”.

Encerrando o programa, Kátia Abreu disse que é uma candidata preparada para o momento em que vive o Tocantins. “Nunca envergonhei o estado e quero ser primeira mulher a governá-lo” comentou. Falou de projetos e que pretende transformar o estado e levar direto a todos. “Nos próximos seis meses não faramos tudo, mas faremos mais que você espera. Me deem essa oportunidade. Não se arrependerão”.

 

O debate foi exibido para os municípios de Paraíso, Gurupi Palmas e Araguaína.  De acordo com a assessoria do programa, mais de 28 mil pessoas assistiram o debate pelo Facebook com mais de mil comentários.

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