Com três pré-candidatos, oposição se une e Silvino tem apoio de 8 dos 9 vereadores

Pelos cálculos das lideranças políticas, o município conta hoje com aproximadamente 5 mil eleitores, dos quais 1.500 são indígenas (30%), em torno de 700 são da zona rural e o restante na zona urbana.

Oposição e situação em Tocantínia troca farpas
Descrição: Oposição e situação em Tocantínia troca farpas Crédito: divulgação

A disputa pela prefeitura de Tocantínia promete “brigas” acirradas este ano.  A oposição resolveu unir forças para enfrentar o atual prefeito Manuel Silvino (SD) pré-candidato à reeleição e que tem em sua base de apoio na Câmara 8 dos 9 vereadores. O único parlamentar de oposição ao Executivo é Hélio Machado, do DEM.

 

Tocantínia hoje conta com cerca de 9 mil habitantes, deste total mais da metade da população é composta por indígenas da comunidade Xerente. Pelos cálculos das lideranças políticas, o município conta hoje com aproximadamente 5 mil eleitores, dos quais 1.500 são indígenas (30%), em torno de 700 são da zona rural e o restante, a maioria, na zona urbana – cerca de 2.800 eleitores. A comunidade indígena Xerente pode ser o fiel da balança nas eleições de outubro. Conta com representação no Legislativo, com três cadeiras, cujos vereadores são aliados do prefeito Silvino.

 

Com base nesse quadro e com o propósito de assumir o Paço Municipal a partir de 2021, os adversários de Silvino estruturaram um grupo com três pré-candidaturas: o médico Pedro Sardinha (PSB), o do ex-secretário municipal Marcelo Lucena (DEM) e o do comerciante Silvânio Nordeste (PCdoB), irmão do vereador de Palmas, Etinho Nordeste (DEM).

 

Um quarto nome pode ingressar no grupo, na condição de pré-candidato, o do indígena xerente José Kumrizdaze, do partido Rede, cujo diálogo com o grupo ainda não foi possível, devido o seu filho está hospitalizado em Palmas, sendo acompanhado pelo pai. “É possível que ele (o indígena) venha a compor com o grupo”, disse Sardinha.

 

O pré-candidato socialista lembra que a batalha entre situação e oposição faz parte do processo democrático, desde que determinados princípios éticos sejam respeitados. Ele julga que é muito importante o grupo falar a mesma linguagem em busca da mudança  que pretende  para o município. “Nós estamos aqui para melhorar Tocantínia e quem vai dizer quem é o melhor será a população. Pode ter certeza que esse grupo está unido e apresentará propostas inovadoras para o desenvolvimento deste município”, disse Sardinha  ao reforçar que o propósito comum é promover  renovação política, que, segundo ele,  é “para dar um novo reordenamento administrativo, econômico e social  para o município”, complementou. 

 

Ressaltou ao T1 Notícias, no domingo à noite, 19, que a estratégia da oposição não revestida de vaidade pessoal de nenhum dos três pré-candidatos. “É uma união  de Tocantínia e dos três que estiver melhor aceitação popular próximo das convenções será o candidato do grupo”,  observa Sardinha.

 

O pré-candidato socialista diz que em política o gestor, por pior que seja, tem seus 30% de votos do eleitorado e, por isso, acha que não será uma disputa fácil e que vai exigir muito trabalho, considerando que o prefeito está com a situação econômica e política na mão, o que, na sua análise, é um ingrediente forte numa disputa eleitoral. “Se apresentar uma boa gestão até as vésperas da eleição, o prefeito pode chegar aos 40%”, pondera.

 

Marcelo Lucena destaca que o município tem um grande potencial na produção de artesanato, com artefatos em capim dourado. Ele observa que o município dispõe de um potencial agrícola para produção em média escala, mas que o setor está carente de investimento, sobre-existindo praticamente da agricultura familiar. “São seis assentamentos agrícolas em que todos agricultores perderam vínculo com a cidade”, pontua.

 

Para Marcelo Lucena, o grupo selou um compromisso que no mês de junho, aquele que estiver com melhor aceitação será o candidato apoiado por todos. “A união do grupo é em prol do resgate de Tocantínia que vem passando por dificuldades em todas as áreas”,  frisa Lucena. Ele garante que o seu pleito conta com o apoio da deputada Dorinha Seabra e do deputado Leo Barbosa (SD), do mesmo partido do prefeito Manoel Silvino.

 

Com o mesmo discurso dos dois, Silvano do Nordeste afirma que a oposição vai estar junta na escolha do melhor nome para representar Tocantínia.  “Vamos mostrar para a população que precisa de uma mudança e a mudança para acontecer precisa da oposição forte e firme com um proposito só, não pensando em si, mas no município de Tocantínia”, disse.

 

Otimista com apoio

 

O prefeito Manoel Silvino (SD), eleito em 2016 com quase 70% dos votos, numa coligação que conseguiu reunir PR, PSDB, PRB, PTN, PP, PSL e PMDB, disse que pretende ir para a disputa da reeleição com o apoio de 8 dos 9 vereadores. 

 

Ele enumera uma série de fatores para o êxito que pretende alcançar: já foi prefeito e presidente da Associação Tocantinense de Municípios (ATM), cujas administrações ele julga exercerem uma influência fundamental para conseguir sair vitorioso no seu pleito, caso seja definida a sua candidatura, na época definida pelo calendário eleitoral.

 

No entanto, o que pesa no discurso do prefeito Manoel nessa pré-campanha eleitoral é a tentativa de a oposição lhe tirar do Poder. Para ele, a aposição está desesperada e só faz alarde. Disse que, quando entregou a administração da prefeitura, em janeiro de 2013, sem nenhuma dívida e com dinheiro em caixa, para construir 40 casas, que estão, segundo ele, “danificadas”.

 

Silvino ressaltou que o ex-prefeito não inaugurou sequer uma obra e deixou dívidas com FGTS, “além de pedaladas fiscais”.  Ele lembra que, em 2015, o Ministério Público Estadual moveu uma ação pedindo o afastamento de  Muniz Araújo da gestão por improbidade e dano ao erário. “À época, foi solicitado o ressarcimento de prejuízos ao município no valor de R$ 2 milhões”.

 

Na sua avaliação, seus adversários políticos estão procurando motivos para tentar assumir a prefeitura, mas “não tem nenhum serviço prestado à comunidade; a comunidade vai saber avaliar”, concluiu Silvino.

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