Debate na TV conta com 4 e Amastha protagoniza; presentes criticam governador ausente

Debate de candidatos ao cargo de governador do Tocantins não teve Mauro Carlesse; foi na maior parte do tempo tranquilo, mas com defesa de assuntos polêmicos

Debate na TV Anhanguera tem presença de quatro candidatos; Carlesse falta
Descrição: Debate na TV Anhanguera tem presença de quatro candidatos; Carlesse falta Crédito: G1 Tocantins

O debate realizado na noite desta terça-feira, 2, pela TV Anhanguera - filiada da Rede Globo no Tocantins, contou com a presença de quatro dos cinco candidatos ao Governo do Tocantins nas eleições que acontecem no próximo domingo, 7 de outubro. Mauro Carlesse (PHS) faltou, como adiantado pelo T1 Notícias. Seu principal opositor, Carlos Amastha (PHS) protagonizou o debate ao responder mais perguntas e tecer mais críticas ao ausente. César Simoni (PSL) pediu votos ao presidenciável de seu partido e também atacou Carlesse em vários momentos. Márlon Reis (REDE) apresentou propostas e manteve clima tranquilo na maior parte do tempo. Bernadete Aparecida (PSOL) focou suas falas em projetos sociais.

 

Primeiro bloco: governador é intensamente criticado

 

No primeiro bloco, os candidatos presentes puderam fazer perguntas ao faltante. Márlon lamentou a ausência do governador. “Ele está aqui de forma espiritual” e perguntou se ele sabe o porquê de estarem acontecendo tantas apreensões de dinheiro na véspera de eleição no Tocantins. Para Amastha, ele perguntou sobre manchas que sua gestão deixou em Palmas. Amastha respondeu que foi o político mais atacado publicamente, mas que as denúncias foram respondidas. “Tomamos as providências, no PreviPalmas não se perdeu um dinheiro” e no caso do escândalo da Fundesportes “tomamos as providências para investigação dos suspeitos”.

 

Bernadete também direcionou sua primeira pergunta para Carlesse, que seria sobre a saúde, mas estourou o tempo. Na segunda pergunta, questionou Márlon sobre turismo. Ele respondeu que o Tocantins carece de atenção ao turismo, citou Jalapão, ressaltando dificuldades de acesso ao local. Na tréplica, a candidata destacou seus projetos para o turismo, destacando políticas públicas sociais contra a exploração nesses locais.

 

César Simoni direcionou sua primeira pergunta também a Mauro Carlesse e pediu que ele explique como seu braço direito estava em carro apreendido  com dinheiro em Araguaína. À candidata Bernardete, perguntou sobre presidente do PSOL que cuspiu em candidato. Ela respondeu desconhecer a informação. Sobre ataque a Bolsonaro em Minas Gerais, Bernadete se recusou a responder algo que não afeta seu plano de Governo “estamos preocupados em resolver a imensa injustiça social nesse estado”. Simoni teceu críticas à esquerda focando seu discurso em cenário nacional.

 

Amastha disse que a falta de Carlesse representa seu Governo:“um fantasma” e pediu que a população não vote no atual governador. Direcionou a outra pergunta a Simoni, sobre segurança pública. Ambos criticaram as ações do atual governador, com destaque para uso das forças de segurança para outros fins, que não combate a criminalidade nas ruas, mas para “crimes do colarinho branco”.

 

Segundo bloco: candidato diz que será a ratoeira para pegar ratos no TO

 

No segundo bloco, Amastha destacou suas ações à frente da gestão de Palmas ao perguntar para Bernadete suas propostas para o meio ambiente. Ela respondeu que com seu partido, compartilham de propostas para o meio ambiente sustentável. Na réplica, Amastha alfinetou Carlesse e destacou um de seus programas em Palmas que quer levar para o Tocantins, o Palmas Solar.

 

Amastha e Simoni falaram de propostas para saneamento e abordaram as taxas de água e esgoto. Simoni falou que será a ratoeira para pegar ratos que roubam o Tocantins, ao se referir as altas tarifas cobradas dos tocantinenses.

 

Sobre funcionalismo público, Bernadete e Márlon discutiram sobre a necessidade de organizar o quadro de pessoal do Estado. Márlon propôs a nomeação de pessoas com ficha limpa, secretários executivos de carreira para que quando os Governos mudarem, essas pessoas permanecerem e nomear tocantinenses. Bernadete defendeu mais concursos públicos, deixando nomeações somente para setores estratégicos do Estado.

 

Márlon e Simoni discutiram o tema Turismo. César Simoni destacou a necessidade de pessoas idôneas no Estado para operar o turismo e que este deve ser agregado. O candidato garantiu que se eleito irá fechar a torneira da propina e colocar as ratazanas para correr do Estado. Márlon também defendeu mais investimentos em turismo e que este seja agregado.

 

Terceiro bloco: candidatos garantem que não vão demitir servidores

 

Simoni começou perguntando para Amastha sobre folha de pagamento inchada. Amastha disse que funcionário público é solução e não problema destacou que qualificou a Prefeitura de Palmas, concursando os servidores. “No Tocantins vamos concursar e preparar o tocantinense para acessar esse cargos”, disse. Simoni disse que Carlesse nomeou seu vaqueiro para a Assembleia e que essa não será sua prática, nem demitir servidores públicos. Amastha, na tréplica, garantiu que não irá deixar famílias desamparadas e acredita que nenhum dos quatro candidatos presentes fará isso.

 

Em seguida Amastha perguntou para Simoni sobre educação e segurança e citou que uma professora está refém de bandidos e o governador Mauro Carlesse, em desrespeito a população, ainda não se pronunciou sobre o assunto. Simoni reforçou ideias do seu presidenciável de pena de morte e prisão perpétua para condenados “devemos deixar de ser complacentes” com o bandido, “precisamos cuidar da gente de bem”.

 

Bernardete e Amastha trataram de direitos das mulheres. Amastha destacou projetos para as mulheres em Palmas, como a creche para mães que trabalham à noite. Bernadete disse que Amastha tentou implantar projetos com organizações não governamentais, mas sem sucesso. Amastha disse que irá implantar ideias de Bernadete em seu governo, já que ela é especialista no assunto.  

 

Em seguida Márlon e Bernadete falaram sobre inclusão social e dados de criminalidade entre negros. Bernadete diz que investirá em segurança pública de base comunitária. Márlon concordou que o problema social é grave e precisa ser enfrentado, mas os problemas imediatos devem ser solucionados com uma polícia forte.

 

Quarto bloco: clima esquenta entre Márlon e Simoni

 

Neste bloco, os candidatos falaram sobre temas sorteados. O primeiro a falar foi Márlon Reis, que direcionado a Simoni perguntou sobre ideias para o agronegócio. Quando falou do assunto, destacou que se deve ter mais investimento no agronegócio, pois este salvou o Brasil.

 

Ao falar do tema educação, Márlon e Bernadete defenderam mais investimentos. Márlon disse que a escola pública não é sinônimo de educação ruim.

 

O clima esquentou entre Márlon e Simoni, quando o segundo teceu críticas ao primeiro sobre coligação feita com PT. Márlon defendeu sua coligação e apoio  ao candidato a senador de sua coligação, Paulo Mourão (PT) disse que a Rede se aliou com fichas limpas e não representa a corrupção, ao ser atacado por Simoni. Na réplica, o candidato continuou suas críticas ao PT e ao fato de Márlon não defender bandeira de presidenciável com mais afinco. Márlon respondeu dizendo que ele é o candidato a governador e não tenta colar sua imagem em presidenciável que não tenta ser o Governo do Estado, devolvendo o ataque a Simoni.

 

Considerações finais: candidatos defendem suas ideias, pedem votos e atacam governador ausente

 

Simoni foi o primeiro a fazer suas considerações finais e disse que não se esconde atrás de Bolsonaro, além de criticar o PT, chamando o candidato presidenciável da sigla de laranja de Lula. O candidato usou seu tempo para defender votos para seu partido PSL em nível nacional e quem votar nele, que vote em Simoni no Tocantins.

 

Amastha disse ser deprimente o que está acontecendo no Estado, que se fosse governador do Tocantins não se esconderia, mas estaria em Araguaína na luta contra a violência. “Olha a diferença para esse governador ausente, que prega estabilidade. Que estabilidade?”, criticou ao também lembrar episódio de ratos em  hospital público de Araguaína.

 

Márlon destacou que sua campanha foi feita sem recursos ilícitos, nem campanhas caríssimas “que a gente sabe como é feita”. Também destacou a Lei da Ficha Limpa. Disse que quem vem dessa jornada tem compromisso contra a corrupção e irá implantar um sistema de ficha limpa no Tocantins. Reforçou ainda que em suas coligações reuniu fichas limpas.

 

Bernadete disse em suas considerações finais que representa as educadoras, trabalhadores e que em seu Governo priorizará as políticas sociais. Levantou uma faixa #elenão e elevou o debate para nível nacional, fazendo críticas ao presidenciável do PSL. Por fim, pediu votos para os candidatos do PSOL.

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