Jair Pereira advogado de defesa do ex-governador Marcelo Miranda (MDB), do pai Brito Miranda e do irmão Brito Júnior, afirmou em entrevista ao T1 Notícias que não há fatos novos que justifiquem a prisão dos três e que as acusações estão sendo "requentadas" pelo 4ª Vara Federal de Palmas. No relatório de mais de 100 páginas, Marcelo, o pai e o irmão são acusados por peculato, fraudes em licitações, desvios de recursos públicos, lavagem de dinheiro entre outros crimes.
As informações foram coletadas pelo Ministério Público Federal (MPF) na delação premiada de Alexandre Fleury apontado como "laranja" da família. De acordo com Fleury, a família Miranda estaria envolvida na contratação de Aluizio de Castro Júnior para falar contra Sandoval Cardoso no pleito de 2014 e abafar o caso do avião apreendido em Piracanjuba (GO) com santinhos e dinheiro da campanha de Marcelo.
O delator fala ainda que a família Miranda estaria envolvida na morte de três homens ocorrida em uma fazenda em São Féliz do Xingu no Pará. Segundo o advogado de defesa, todas essas acusações são falsas e já fazem parte do processo da Operação Reis do Gado.
"Tudo isso consta no relatório da Polícia Federal (PF) na Operação Reis do Gado, não há nada de novo, os fatos estão sendo absolutamente requentados inclusive eu já apresentei a defesa do Marcelo Miranda em dezembro do ano passado e até agora não tivemos decisão favorável" comentou.
Não há provas
De acordo com depoimento de Fleury, os Miranda seriam também donos de pelo menos três fazendas no estado do Pará e empresas no Tocantins, entre elas a Umuarama Edificações que chegou a prestar serviço para o Estado nos governos Siqueira Campos e do próprio Marcelo Miranda. Todos os imóveis estariam em nome de laranjas da família Miranda.
Sobre esses fatos, o advogado afirmou que "não há provas" que liguem os Miranda a esses casos ou imóveis e que apenas Brito Júnior seria o dono de algumas das fazendas citadas no processo. "Isso é um delírio, e ele [Fleury] vai ter que provar, isso é só especulação. As propriedades que existiam são apenas em nome do Júnior e não dos Miranda, e tudo isso está sendo discutido em ação penal já existente" finalizou.
Ainda segundo o advogado, não cabe a defesa apresentar provas e sim a acusação. "Não há elementos hoje ou a mínima condição que isso seja verdade. Caso seja apresentada uma nova denúncia sobre esses fatos, quem está denunciando terá que apresentar as provas".
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